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Composto do vinho pode impedir doença incurável em mulheres

A síndrome é conhecida por ser uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres

Por Marina Demartini, de Exame.com
Atualizado em 26 out 2016, 17h12 - Publicado em 25 out 2016, 17h06

O vinho já foi ligado a incontáveis benefícios à saúde, desde a prevenção contra o câncer até a perda de peso. Agora, cientistas da Polônia e dos Estados Unidos descobriram que uma substância encontrada na bebida pode impedir que mulheres desenvolvam a síndrome do ovário policístico (SOP).

A doença é conhecida por ser uma das principais causas de infertilidade entre mulheres. Ela se desenvolve quando os níveis de hormônios esteroides, como a testosterona, estão altos e causam a formação de cistos. Os sintomas mais comuns são ganho de peso, excesso de pelos no rosto, acne e até ausência do período menstrual.

O estudo revelou que um composto natural do vinho tinto, chamado de resveratrol, pode reduzir a quantidade desses hormônios no organismo. Essa substância, encontrada na casca de uvas e em nozes, é conhecida por ter propriedades anti-inflamatórias.

O estudo foi feito com 30 mulheres que tinham ovários policísticos. Elas foram divididas em dois grupos: um tomou suplementos que continham 1.500 miligramas de resveratrol e o outro recebeu pílulas de placebo.

As participantes tomaram os comprimidos diariamente durante três meses e doaram amostras de sangue no início e no final do estudo. Além disso, elas receberam um teste de tolerância à glicose para medir o risco de diabetes.

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Os resultados surpreenderam os pesquisadores. Os níveis de testosterona das mulheres que tomaram o resveratrol caíram em 23,1%, enquanto aumentaram em 2,9% no caso das voluntárias que receberam placebo.

Os níveis de sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEAS), outro hormônio que o corpo pode converter em testosterona, também tiveram um declínio de 22,2% no grupo das mulheres que tomaram o suplemento. Já as participantes que ganharam a pílula de placebo tiveram um aumento de 10,5% na quantidade de DHEAS em seu sangue.

Houve também uma redução no risco de diabetes entre as mulheres que tomaram o resveratrol. Elas se tornaram mais sensíveis à insulina, sendo que os níveis desse hormônio em seu sangue caíram 31,8%.

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Esta não é a primeira vez que o resveratrol foi associado a benefícios para a saúde. Em 2006, um estudo publicado na revista científica Nature revelou que a substância natural poderia estender a vida de ratos.

Muito além do vinho

Apesar de interessantes, ambas as pesquisas não afirmam que uma taça de vinho por dia irá aumentar seu tempo de vida ou proteger as mulheres contra as doenças. Isso porque, o resveratrol é encontrado em baixas quantidades na bebida. Para chegar a uma quantidade de duas pílulas de 250 miligramas da substância, seria preciso beber mais de mil garrafas de vinho tinto por dia.

Segundo um artigo publicado no site The Conversation e escrito por Lindsay Wu, professor da University of New South Wales, na Austrália, um medicamento feito à base de resveratrol ainda não é vendido, pois quando o composto é ingerido, o fígado o degrada rapidamente. Assim, apenas uma quantidade pequena é distribuída pelos tecidos, causando pouco efeito.

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Para ter algum efeito, a substância teria de ser administrada em doses elevadas. No entanto, uma grande quantia de resveratrol pode causar problemas intestinais, como diarreia.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

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