É verdade que os tenistas têm um braço maior que o outro?
A variação acontece em praticantes de qualquer idade, mas é mais perceptível entre os que jogam desde a adolescência
É, sim – mas não o braço todo, apenas o antebraço, que pode engrossar em até 30%.
Acontece o que chamamos de hipertrofia do lado dominante: o antebraço usado pelo atleta cresce bastante em massa muscular e um pouco em densidade óssea”, afirma o professor de tênis Ludgero Braga Neto, da Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). A razão óbvia é a repetição frequente dos mesmos movimentos, mas pouca gente sabe que os ossos também aumentam junto com os músculos, numa proporção de até 5%. “Isso costuma ocorrer em regiões estimuladas por contrações musculares intensas”, diz o ortopedista Rogério Teixeira, da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Para amenizar a diferença, os fisioterapeutas recomendam, para o outro braço, treinos compensatórios que vão da natação à musculação.
Apesar de ocorrer em praticantes de qualquer idade, a variação é mais visível em tenistas que jogam desde a adolescência, fase de crescimento em que o corpo desenvolve mais as partes que fazem esforço. Basta o atleta parar de treinar para perder gradativamente essa desproporção.
Segura essa!
1. O aumento total do antebraço que segura a raquete pode chegar a 30% – dos quais 25% na massa muscular e 5% na densidade dos ossos rádio e ulna
2. Todos os músculos do antebraço sofrem a chamada hipertrofia, mas três grupos respondem pela maior massa: extensores, flexores e pronadores
3. Os músculos extensores (como o bráquio radial, o extensor curto do polegar e o extensor do carpo) e os músculos flexores (como o flexor do carpo e os dos dedos) são responsáveis por abaixar e levantar o punho
4. Os músculos pronadores (como o pronador, próximo do cotovelo, e o pronador quadrado, ou carpo, próximo do punho) são responsáveis por girar o antebraço, virando a palma da mão para cima e para baixo