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EUA registram primeira morte associada ao uso de cigarro eletrônico

Doença respiratória misteriosa já registra 193 casos por lá - e todas as vítimas eram usuárias desse tipo de dispositivo.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 12 mar 2024, 14h42 - Publicado em 28 ago 2019, 16h36

O estado de Illinois, nos EUA, registrou recentemente 22 pessoas hospitalizadas por conta de uma doença respiratória misteriosa: além de problemas para respirar, os indivíduos afetados tinham sintomas como tosse, falta de ar e fadiga. Alguns também apresentavam vômitos e diarreia. Oa pacientes têm entre 17 e 38 anos e, fora os sintomas, há outra coisa em comum: todos são usuários de cigarro eletrônico.

Apesar de a maior incidência dessa doença ser em Illinois, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) reportou que 193 casos semelhantes foram registrados em todo o país. Na última sexta (23), o Departamento de Saúde Pública de Illinois (IDPH) relatou o que ninguém queria ouvir: ocorreu a primeira morte por conta da misteriosa doença.

O anúncio não informou detalhes adicionais sobre a pessoa que faleceu. O CDC disse que vai intensificar as pesquisas relacionadas ao cigarro eletrônico. “A gravidade da doença que as pessoas estão enfrentando é alarmante e devemos divulgar que o uso de cigarros eletrônicos pode ser perigoso”, disse Ngozi Ezike, diretor do IDHP.

No entanto, esse caso envolve várias controvérsias. Embora os sintomas dos pacientes com a suposta doença sejam os mesmos, as autoridades disseram não saber se o problema está associado aos próprios dispositivos ou a ingredientes específicos inalados através deles. Os pacientes fumavam diversas substâncias, incluindo essência de nicotina, produtos à base de maconha e outras misturas que eles mesmos faziam. Nenhum produto específico foi identificado em todos os casos, mas as autoridades alegaram que precisam de mais investigações.

Outra questão levantada é por que uma onda de doenças respiratórias ligadas a cigarros eletrônicos está surgindo agora, já que esse produto existe há mais de uma década. Brian King, vice-diretor de pesquisa do Departamento de Tabagismo e Saúde do CDC, disse que casos assim podem ter ocorrido anteriormente, “mas não estávamos necessariamente capturando-os”, concluiu.

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Os cigarros eletrônicos (ou “vapers”, em inglês) surgiram na última década como uma tentativa de substituir os cigarros comuns. Os defensores desses dispositivos afirmam que eles são menos nocivos, já que não produzem fumaça. A venda desses aparelhos foi proibida no Brasil em 2009, mas nos EUA ele é uma verdadeira febre: entre os jovens, já é mais usado que o tabaco normal.

Embora os cigarros eletrônicos não produzam as mesmas substâncias tóxicas geradas na combustão do cigarro comum, pesquisadores acreditam que os novos dispositivos são mais viciantes. Ainda é cedo para tirar qualquer conclusão, mas o óbito certamente aumentará a discussão em torno desses aparelhos.

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