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“Hormônio do amor”, ocitocina pode ajudar a curar corações partidos – literalmente

Experimentos feitos com células humanas e de peixes sugerem que a molécula pode ajudar na cicatrização do músculo cardíaco.

Por Maria Clara Rossini
12 out 2022, 13h46
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  • O amor é, em boa parte, químico. A sensação de estar nas nuvens, não parar de pensar na outra pessoa e o quentinho que você sente quando está perto do outro são consequências do hormônio ocitocina, produzido pelo cérebro. Seus níveis aumentam quando você abraça e beija a outra pessoa, e também após o orgasmo. Ele está relacionado à construção de laços entre mamíferos, à indução do parto e até à produção de leite em fêmeas.

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    Cientistas da Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, podem ter descoberto uma outra função da molécula: o de regenerar corações machucados. Não estamos falando da fossa emocional que você passa após uma desilusão amorosa, mas de corações fisicamente machucados. O hormônio pode ajudar a cicatrizar o tecido cardíaco após um ataque do coração, por exemplo.

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    O estudo foi feito com peixes da espécie Danio rerio (peixe-zebra) e com células humanas in vitro. Nos peixes, os pesquisadores observaram que o hormônio ajuda o coração a substituir as células do músculo cardíaco (cardiomiócitos) que estão feridas ou mortas. Essas células são responsáveis por dar força às contrações cardíacas.

    Na dose e momento certos, a ocitocina pode estimular efeitos semelhantes nas células humanas. Como o estudo foi feito com células em laboratório, seu efeito ainda não pode ser comprovado experimentalmente em humanos.

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    O papel da ocitocina

    Estudos anteriores sugerem que, após um dano (como um ataque cardíaco), células da membrana externa do coração migram para o interior do músculo e assumem uma função semelhante à das células-tronco. Elas podem se transformar em diferentes células do coração, inclusive cardiomiócitos.

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    Sabemos que isso ocorre em diferentes animais, mas ainda não temos certeza se o mesmo acontece com humanos. Isso porque, pelo menos em nós, esse processo parece ser ineficiente: poucas células se regeneram após um ataque cardíaco. Os autores do estudo estavam procurando uma maneira de dar um “gás” inicial nesse processo.

    As células humanas in vitro foram expostas a 14 hormônios produzidos naturalmente pelo cérebro. Dentre esses, somente a ocitocina desencadeou o processo de mudar o estado células – que poderiam se transformar em cardiomiócitos.

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    Depois, os pesquisadores fizeram experimentos com o peixe-zebra, conhecido pela sua capacidade de regeneração de tecidos (inclusive do coração). Os cientistas descobriram que, três dias após uma lesão cardíaca, o cérebro dos animais começou a produzir uma grande quantidade de ocitocina – vinte vezes mais do que o normal. O hormônio migra até o coração e inicia o processo de regeneração.

    Os autores esperam poder usar a ocitocina para desenvolver novos tratamentos e melhorar a recuperação de pacientes após um ataque cardíaco. Isso reduziria, por exemplo, o risco de falência cardíaca no futuro. A pesquisa foi publicada no periódico Frontiers in Cell and Developmental Biology.

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