Ideia 17: Camelô de comida: legalize já!
O comércio de alimentos na rua gera empregos, aquece a economia e facilita a vida das pessoas. Infelizmente, não é assim no Brasil
Carol Castro
Quem já foi à uma feira em São Paulo sabe que o pastel é um ícone da cultural local. Mas pipoca no Ibirapuera, yakissoba na volta da balada? Tudo ilegal. Fora o pastel, só se pode vender hot-dog nas ruas da cidade. Se o “traficante de comida” é flagrado, perde produtos e equipamentos. No Brasil, essa é a regra, não a exceção: comidas de rua são proibidas na maioria das cidades.
Churrasco coreano, macarrão tailandês, empanada chilena, burrito mexicano, lanche vegetariano. Em qualquer caminhada por Nova York você encontra toda essa diversidade gastronômica nas ruas. A receita desse comércio é saborosa para os EUA: US$ 1 bilhão de faturamento em 2012, e crescimento de 8% ao ano desde 2007, segundo a consultoria IBISWorld. A Associação Nacional de Restaurantes estima que em 2017 o mercado terá 4% das vendas de comida no país. Consumidores e pequenos empresários agradecem. O turismo local, também.
Em Vancouver, no Canadá, uma lei de 1978 só permitia a venda de cachorro quente, pipoca e castanhas. Mas em 2010 a regra mudou e a cidade já tem centenas de vendedores registrados, sem contar os de cachorro quente. Um projeto de lei do vereador Andrea Matarazzo propõe seguir o exemplo e legalizar outras comidas nas ruas de São Paulo. “A lei está defasada, não atende às necessidades da cidade. A ideia é assegurar essa fonte de renda e defender o consumidor”, diz o político. Se pegar, é melhor organizar logo a fila na calçada.
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