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Micróbios da boca podem estar ligados a maior risco de câncer no pâncreas, diz estudo

Cientistas identificaram 27 espécies de bactérias e fungos da microbiota oral que, juntos, estão associados a um risco até três vezes maior.

Por Bruno Carbinatto
25 set 2025, 16h00

Microrganismos que vivem na boca podem estar ligados a um maior risco de desenvolver câncer de pâncreas, de acordo com um novo estudo. Os cientistas identificaram 23 bactérias e quatro fungos que, em conjunto, estão associados a um risco três vezes maior da doença.

O estudo, no entanto, é observacional e estabelece apenas uma correlação – e não necessariamente uma ligação de causa e efeito. O artigo foi publicado no periódico JAMA Oncology.

Antes, outras pesquisas já tinham apontado que a microbiota oral pode influenciar em vários aspectos variados da saúde, e que a má higiene bucal e a gengivite aumentam o risco de algumas doenças. No entanto, esta é uma área ainda pouco estudada e os possíveis mecanismos por trás dessas associações não são claros.

Os cientistas da Universidade de Nova York analisaram dados de mais de 122 mil pessoas que contribuíram com amostras de saliva. Os voluntários foram acompanhados então por nove anos, e o eventual aparecimento de tumores era registrado.

Entre os participantes do estudo, 445 foram diagnosticados com câncer de pâncreas. Os cientistas então analisaram o DNA de microrganismos em suas salivas para identificar quais bactérias e fungos estavam presentes. Depois, compararam os resultados com as amostras de 445 pessoas saudáveis, selecionadas aleatoriamente da amostra. Por fim, ajustaram a análise para incluir fatores que comprovadamente influenciam as chances do aparecimento de câncer, como idade, raça, tabagismo, estilo de vida etc.

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Os resultados mostraram que várias bactérias que podem causar periodontite (inflamação severa na gengiva) – P. gingivalis, E. nodatum, e P. micra – estão ligadas a um maior risco de câncer de pâncreas. Isso não foi uma surpresa tão grande porque outras pesquisas já haviam estabelecido uma ligação entre a gengivite grave e o risco de câncer. 

Além disso, os cientistas identificaram outras vinte bactérias e quatro fungos – incluindo do gênero Candida, que vivem normalmente em nossa pele e outras partes do corpo – que variavam fortemente entre os grupos analisados e, por isso, parecem influenciar a questão. Juntos, esses microrganismos estão associados a uma chance até 3,4 vezes maior de câncer de pâncreas.

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O câncer de pâncreas é considerado um dos mais graves porque não costuma apresentar sintomas nas suas fases iniciais, levando a diagnósticos tardios e a uma alta taxa de mortalidade.

Os pesquisadores sugerem que a análise genômica da microbiota pode ser uma ferramenta de vigilância contra a doença. “Ao traçar o perfil das populações bacterianas e fúngicas na boca, os oncologistas podem identificar os pacientes que mais precisam de exames para câncer de pâncreas”, disse Jiyoung Ahn, professora da Universidade de Nova York e coautora do estudo, em um comunicado à imprensa. 

O estudo não estabelece um mecanismo de causa e efeito, mas alerta para a importância da microbiota oral na saúde. “Está mais claro do que nunca que escovar os dentes e usar fio dental pode não apenas ajudar a prevenir doenças como gengivite e periodontite, mas também a proteger contra o câncer”, disse Richard Hayes, coautor do estudo e professor da Universidade de Nova York, também em comunicado.

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