Mulher recebe implante de orelha feita com as próprias células
Feito a partir de uma impressão 3D, o modelo usou células de cartilagem tiradas da paciente.
Uma orelha impressa em 3D foi transplantada com sucesso em uma mulher com uma deformidade na orelha. A operação foi o primeiro teste clínico da tecnologia, feita pela companhia 3DBio Therapeutics.
A mulher era acometida de microtia, uma condição em que uma ou as duas orelhas não se desenvolvem plenamente ou estão ausentes. Os pacientes geralmente têm seus implantes feitos com materiais sintéticos ou enxertos de costela, que envolvem uma cirurgia complicada.
“Esse novo implante requer um procedimento menos invasivo do que usar cartilagem da costela na reconstrução. Também esperamos que resulte em uma orelha mais flexível do que a reconstrução com um implante de polietileno poroso”, conta Arturo Bonilla, o cirurgião que realizou a operação.
A nova tecnologia aplicada, por outro lado, usa um tecido personalizado e dura poucas horas. O processo recolhe amostras de células que formam a cartilagem da pessoa, então eles multiplicam a pequena amostra em várias células. A companhia as mistura com uma base de colágeno e as usa para imprimir uma réplica da orelha não afetada do paciente.
As células vivas continuam produzindo cartilagem durante a vida da pessoa; além disso, o implante é menos propenso a ser rejeitado pelo corpo, pois é feito das próprias células.
É um passo importante para a criação de tecidos artificiais e implantes. “Acreditamos que os teste clínicos podem nos dar não só evidências do valor desse produto inovador e do impacto positivo nos pacientes de microtia, mas também demonstra o potencial dessa tecnologia em fornecer implantes de tecidos vivos em outras áreas futuramente”, conta Daniel Cohen, cofundador da 3DBio Therapeutics.
Até agora, a empresa e os pesquisadores não publicaram um artigo a respeito do avanço. As especificidades do procedimento ainda não foram reveladas, pois ele ainda está em andamento. Porém, a empresa garantiu que segue as diretrizes do FDA, órgão regulador da saúde nos EUA, e promete compartilhar os resultados quando o estudo for finalizado.