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Black das Blacks: Super com preço absurdo

Quem cuidará de nós na velhice?

A promoção de cuidado requer responsabilidade coletiva com envolvimento da família, apoio comunitário e serviços formais.

Por Daniella Pires Nunes
24 nov 2025, 12h01

Em um consultório de saúde, acolhi uma mulher de 75 anos, viúva, que morava sozinha. Tinha dois filhos, duas netas e uma amiga próxima. Sua saúde se agravou, ela passou a depender de ajuda em atividades cotidianas e precisou se mudar para a casa de um dos filhos, em outra cidade. Essa história não está distante da nossa realidade – pode ser uma situação que você esteja vivendo hoje com avós ou pais, ou pode ser um reflexo do que muitos de nós poderemos enfrentar no futuro.

A rede de cuidado familiar é composta por parentes, amigos e vizinhos. A família ainda é a principal fonte de apoio aos idosos (90,8%). Normalmente, o cuidado é assumido por uma única pessoa – quase sempre uma mulher (72,1%) – esposa, filha ou até uma vizinha. Esse perfil é marcado por normas culturais, expectativas de gênero e pela própria história de vida das famílias.

As mudanças na estrutura das famílias, que estão menores e muitas vezes vivem em cidades diferentes, resultam em menos tempo e recursos para oferecer o cuidado. Ao mesmo tempo, a população está envelhecendo rápido em um contexto de desigualdades sociais e, consequentemente, a necessidade de cuidado cresce, mas a oferta não acompanha esse ritmo.

Por isso, pensar no cuidado como um direito social e uma responsabilidade de todos (família, comunidade e Estado) é essencial. Isso significa fortalecer políticas públicas já existentes e implementar a Política Nacional de Cuidados, aprovada em 2024. São necessários investimentos em serviços de saúde e da assistência social como: centro de convivência, centro-dias, cuidados domiciliares, instituições de longa permanência, entre outros, para ampliar a rede de cuidado formal e garantir os cuidados à saúde, proteção social básica e especializada. O cuidado também pode ser fortalecido por redes comunitárias, programas de apoio às famílias e a ajuda de amigos e vizinhos.

Para a pergunta “quem cuidará de nós na velhice?”, a resposta pode não ser um filho, ou um parente. Talvez seja um vizinho, um amigo ou um cuidador profissional. Cultive sua rede de cuidados, fortaleça os laços familiares, valorize as amizades e participe da sua comunidade. Se possível, planeje-
-se financeiramente. Cuidar de você hoje é cuidar da sua velhice no futuro.

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Daniella Pires Nunes é professora associada e coordenadora de extensão da Faculdade de Enfermagem da Unicamp, mestre e doutora em Ciências da Saúde e especialista em gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

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