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Vacina da Novavax apresenta eficácia geral de 90,4%, aponta estudo

Os resultados de um estudo preliminar indicam que o imunizante protege contra casos graves e moderados da doença, além de combater variantes. Saiba detalhes sobre a vacina.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 13 mar 2024, 16h31 - Publicado em 14 jun 2021, 16h28

Nesta segunda-feira (14), a farmacêutica Novavax anunciou que sua vacina contra a Covid-19 possui eficácia geral de 90,4%. O número sobe para 100% quando são considerados casos graves e moderados da doença, sugerindo uma proteção satisfatória. A empresa deve entrar com pedido de autorização para uso emergencial do imunizante nos Estados Unidos e em outros países no terceiro trimestre de 2021.

Os resultados recém divulgados são referentes a terceira fase de testes do imunizante NVX-CoV2373, como é chamado oficialmente. Nela, participaram 29.960 voluntários de 119 diferentes locais dos EUA e México. Os cientistas focaram nas comunidades e grupos demográficos mais impactados pela doença. O estudo é considerado preliminar, já que ainda não foi revisado por outros pesquisadores e publicado em revistas especializadas. 

A cada três voluntários da pesquisa, dois recebiam a vacina e um recebia o placebo. Ao final, houveram 77 casos de infecção – 63 no grupo placebo e 14 entre os vacinados. Destes, dez casos foram considerados moderados e quatro graves, todos entre as pessoas que receberam o placebo. Os 14 imunizados que tiveram a doença apresentaram sintomas leves.

Para o público considerado de “alto risco”, o que inclui pessoas com 65 anos ou mais, com comorbidades ou com exposição frequente ao vírus, a eficácia da vacina foi de 91%. 

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A vacina também se mostrou útil contra Variantes de Preocupação (VOCs) e Variantes de Interesse (VOIs), apresentando eficácia de 93% para estes casos. As VOCs incluem as variantes do SARS-CoV-2 consideradas mais transmissíveis, que apresentam mudanças na manifestação clínica da doença ou interferem na eficácia das vacinas e terapias disponíveis. Já as VOIs são aquelas responsáveis por causar uma série de casos em uma mesma região. 

Dos 77 casos de infecção identificados no ensaio clínico, foi feito o sequenciamento genético para determinar a variante em 54 deles. Os pesquisadores detectaram 35 Variantes de Preocupação, 9 Variantes de Interesse, e outros 10 casos de variantes que não se encaixam nas definições de VOC e VOI.

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A Novavax não especifica quais foram essas variantes. De toda forma, sabe-se que a variante alfa (ou B.1.1.7, mais conhecida como a “variante inglesa”) estava em maior circulação nos EUA na época em que os testes foram conduzidos. No país também foram identificadas as variantes beta (B.1.351, originada na África do Sul) gama (P.1, originada no Brasil), e delta (B.1.617.2, originada na Índia). 

Como funciona

O SARS-CoV-2 possui ao seu redor uma série de proteínas denominadas spikes, que são aqueles espinhos que vemos nas ilustrações do vírus. Para desenvolver a vacina da Novavax, os cientistas criaram uma versão modificada do gene que origina a proteína, clonando-o em um baculovírus (vírus que infecta insetos). Os cientistas infectaram células de mariposas, fazendo com que o vírus passasse a produzir ali a proteína a spike.

Depois disso, os pesquisadores recolhiam as proteínas e as agrupavam em nanopartículas, dando origem à vacina. Diferente dos imunizantes da Pfizer e AstraZeneca, que entregam uma receita para que as células humanas desenvolvam a proteína chave do vírus, a vacina da Novavax já entrega a versão sintética e inofensiva do vírus, o que leva o corpo a produzir uma resposta imune.

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O ensaio clínico demonstrou também a segurança da vacina. Alguns voluntários relataram sensibilidade no local da injeção, fadiga, dor de cabeça e dores musculares. Os efeitos adversos graves (que não foram especificados) atingiram menos de 1% dos participantes.

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