Visão: Olhe só, você vê!
Toda a nossa percepção do mundo, a nossa linguagem e até a nossa imaginação se devem a essas duas bolas de três centímetros de diâmetro, capazes de transformar ondas eletromagnéticas em imagens.
Claudio Angelo
Imagine se, por um descuido da evolução, os primeiros seres humanos tivessem nascido cegos e, mesmo assim, sobrevivido. Você não estaria aí agora, lendo esta revista. Também não haveria cinema, artes plásticas, fotografia, televisão. Talvez não existissem nem mesmo as palavras, que surgiram a partir da necessidade da espécie humana de dar nome às coisas que se apresentavam diante dos seus olhos. Provavelmente você moraria numa caverna, junto com os morcegos e as lagartixas. Já pensou? É difícil até imaginar como seria o mundo assim. Afinal, imaginar é criar imagens. E isso só é possível quando há visão.
Para nossa sorte, o homem vê. Graças ao sentido da visão, o homem das cavernas conseguiu emergir das trevas e ganhar o mundo. Para isso, ele se valeu de duas esferas, de uma polegada de diâmetro cada uma, cheias de um líquido transparente, com a virtude mágica de converter impulsos eletromagnéticos em imagens. E de um cérebro desenvolvido o bastante para interpretá-las. Portanto, leitor, respire aliviado: você é o feliz proprietário de um par de olhos. Continue a usá-los e leia as páginas seguintes, para conhecê-los melhor.
Visões da infância
A visão não é um dom que você recebe quando nasce. O olho precisa de tempo e prática para amadurecer suas estruturas e aprender a ver, o que só acontece por volta dos cinco anos de idade. Veja algumas etapas desse aprendizado.
O recém-nascido só enxerga vultos.
Aos três meses, ainda faltam reflexos para fixar objetos.
O total controle da musculatura do olho só vem aos cinco anos.