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Vitamina D e ômega 3 têm pouco efeito contra câncer e infarto, diz estudo

Pesquisa que envolveu mais de 25 mil pessoas concluiu que tomar cápsulas desses dois nutrientes não é tão vantajoso quanto se pensa

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 15 nov 2018, 17h51 - Publicado em 15 nov 2018, 17h50

Nos últimos anos, a ciência vem alertando que a falta de vitamina D pode ser a causa dos mais diversos males que colocam em risco nossa saúde: da osteoporose ao câncer de mama, passando por pressão alta e diabetes. A geração de crianças e adultos que não se expõem ao sol apresenta doses aquém do recomendado desse nutriente – que, na verdade, é um hormônio, já que é produzido pelo nosso corpo.

Essa realidade tem feito com que médicos do mundo todo prescrevam a suplementação da vitamina D. E o mesmo vale para o ômega 3, gordura boa encontrada em peixes como salmão e sardinha e que também está associada à prevenção de males cardiovasculares e doenças do envelhecimento, como câncer.

Só que, de acordo com um estudo publicado no último dia 10 de novembro no periódico The New England Journal of Medicine, a reposição desses dois nutrientes não parece ser tão necessária. A pesquisa – que incluiu 25.871 homens e mulheres americanos com mais de 50 anos – mostra que nem a suplementação vitamina D nem a de ômega 3 têm efeito comprovado na diminuição do risco cardíaco e do surgimento de tumores malignos.

Os participantes da pesquisa foram acompanhados por 5 anos, nos quais se mantiveram divididos em quatro grupos: um tomou 2.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D e 1 grama de ômega 3 por dia; o outro ingeriu vitamina D e uma pílula placebo; um terceiro consumiu ômega 3 e placebo; e o último ficou à base apenas de placebos.

O que os achados mostraram é que as evidências dos reais benefícios de tomar doses extras desses nutrientes são insuficientes. “Os dados têm que ser muito fortes antes de recomendarmos que todo mundo tome suplementos”, pondera JoAnn E. Manson, líder do estudo, em entrevista ao jornal The New York Times.

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Um ponto positivo identificado pelos pesquisadores é que o ômega 3 parece ser benéfico para pessoas negras, principalmente na prevenção de infartos. Quem consumiu cápsulas do ácido graxo se mostrou menos propenso a sofrer um ataque do coração.

Outro alerta dos autores é para o risco de exagerar na suplementação, principalmente no caso da vitamina D. O excesso desse nutriente no organismo pode ser tóxico, além de levar à hipercalcemia, quando a taxa de cálcio no sangue está acima do normal. Isso leva a fadiga, fraqueza muscular, náuseas e desidratação, por exemplo.

Se você toma vitamina D ou ômega 3, não precisa se desesperar. Mas vale conversar com seu médico para saber se você realmente precisa desses suplementos ou se a medida é para prevenir algo que, na verdade, ainda nem precisa ser remediado.

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