80 casos de ódio racial foram registrados nos EUA pós-eleição
Ameaças de estupro, saudações nazistas, ofensas raciais e até xingamentos a uma repórter brasileira por lá: os primeiros feitos da era Trump. :(
Desde que Donald Trump surpreendeu o mundo e ganhou as eleições americanas há dois dias, mais de 80 incidentes de ódio racial e nacionalista foram registrados nos EUA. O aviso foi feito pelo Southern Poverty Law Center, uma instituição que contabiliza grupos extremistas e de apoio à supremacia branca no país.
Os ataques aconteceram nas ruas, e foram relatados nas redes, principalmente o twitter. Negros, latinos e muçulmanos descreveram ter sido vítimas de ódio nos últimos dias. Uma latina contou que um homem branco jogou um copo de água nela e ameaçou estuprá-la e mandá-la de volta “para o outro lado do muro”. Uma muçulmana contou que um homem apontou uma faca para ela no campus da Universidade de Illinois.
Not even 24 hours yet. My friend’s sister, who is Muslim, had a knife pulled on her by a Trump supporter while on the bus by UIUC campus.
— Sarah A. Harvard (@amyharvard_) November 9, 2016
Há também um vídeo de um rapaz negro que ouviu de um branco que ele deveria estar colhendo algodão, numa referência a uma das atividades principais dos antigos escravos americanos. O mesmo aconteceu em uma escola de ensino médio na Pensilvânia, na qual alunos brancos fizeram o gesto de saudação a Hitler e chamaram os negros de catadores de algodão. A diretora do colégio pediu respeito a todos os alunos.
Principal in Pennsylvania admits white students were chanting:
Cotton Picker, You’re a Nigger, Heil Hitler. https://t.co/Z9v2PgmTca
— Shaun King (@ShaunKing) November 10, 2016
Uma repórter brasileira que trabalha para o New York Times, Fernanda Santos, contou que estava conversando em espanhol ao telefone, quando um senhor branco se aproximou e mandou ela falar inglês.
Read these tweets from @fernandaNYT—Phoenix bureau chief of NY Times: pic.twitter.com/hjP62huZqr
— Kyle Griffin (@kylegriffin1) November 11, 2016
O Southern Poverty Law Center também avisou que líderes de entidades neonazistas e de extrema direita vêm comemorando a vitória de Trump por meio de posts e manifestos. Andrew Anglin, dono de um site neonazista americano (os EUA não proíbem esse tipo de organização) escreveu em uma declaração que: “Nosso líder glorioso ascendeu ao cargo de Imperador. A raça branca está de volta ao jogo, e ninguém poderá nos derrotar. Não vamos parar de vencer”.
Agora, Donald Trump vai ter de rebolar para se afastar desse tipo de maluco. Estamos de olho.