Como o ouro está matando índios na Amazônia
Metais pesados da mineração causam contaminação em massa nos indígenas de Roraima
Dezenove comunidades indígenas pagam o preço da extração de ouro na selva Amazônica de Roraima. E não sai nada barato: pesquisadores descobriram que 90% dos Yanomamis e Yekuanas de lá apresentam vestígios de mercúrio no organismo – e em níveis duas vezes superior ao considerado nocivo pela Organização Mundial da Saúde. O metal facilita a vida dos garimpeiros. Ao ser jogado na bateia, junto com a terra molhada, ele atrai o ouro, formando uma liga visível.
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O problema é que ele contamina o solo, os rios e toda a cadeia alimentar. Um zooplâncton contaminado é devorado por um peixe que será devorado por um ser humano. No nosso organismo, o mercúrio afeta o sistema nervoso central, rins, coração e pulmões. A intoxicação causa fraqueza muscular, perda da sensibilidade em algumas partes do corpo e dificuldades para se movimentar e falar. As comunidades vivem em áreas protegidas, mas, com as doenças e a violência dos mineradores ilegais, estima-se que a população índigena tenha diminuído em 20% nos últimos dez anos.
Fonte: Avaliação da exposição ambiental ao mercúrio (…) Roraima, Brasil. Paulo Cesar Basta e outros.