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Fogo na Terra Indígena Yanomami diminuiu 62% no começo de 2023

Operação para desmanchar focos de garimpo ilegal pode ter influenciado a redução. Nos meses de janeiro e fevereiro, o Brasil teve 28% menos áreas queimadas em relação ao mesmo período de 2022. Confira.

Por Luisa Costa
Atualizado em 15 mar 2023, 17h38 - Publicado em 15 mar 2023, 17h38

A área queimada na Terra Indígena Yanomami diminuiu 62% em janeiro e fevereiro deste ano em comparação ao primeiro bimestre do ano passado. A notícia foi divulgada nesta semana pela plataforma MapBiomas, que faz um mapeamento mensal de queimadas no Brasil.

A Terra Indígena (TI) Yanomami fica entre os estados do Amazonas e de Roraima. É uma área de mais de nove milhões de hectares (cerca de 96,6 mil quilômetros quadrados; um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados). Ela foi delimitada por decreto presidencial em 1992 e abriga aproximadamente 26 mil indígenas de oito povos indígenas, incluindo boa parte dos yanomami.

É a maior terra indígena do Brasil em extensão territorial e, atualmente, enfrenta uma crise sanitária causada pela devastação ambiental guiada pelo garimpo ilegal, que cresceu 46% no território em um ano (saiba mais sobre este problema nesta matéria da Super.)

Mas a situação deve melhorar conforme a Polícia Federal trabalha na região com o Ibama, a Funai e outras instituições. Em um mês de trabalho, a Operação Libertação desmontou 200 acampamentos de garimpeiros na TI Yanomami e apreendeu 27 toneladas de cassiterita (minério do qual se extrai estanho), 11,4 mil litros de combustível, 84 balsas e embarcações, duas aeronaves e 172 motores e geradores de energia.

A operação ajudou a reduzir o número de queimadas na região. “É possível avaliar essa mudança como uma consequência do reaparecimento do Estado [na TI Yanomami] e de uma governança que foi reinaugurada para o cumprimento da lei”, afirma Ane Alencar, coordenadora do projeto Monitor do Fogo, da MapBiomas, em comunicado divulgado à imprensa.

Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a redução das queimadas mostra que a presença do governo federal é fundamental para a proteção destes indivíduos. “Somente a atuação firme do Estado pode garantir a proteção e segurança dos povos e seus territórios e, a partir da fiscalização e devida punição aos criminosos ambientais, assegurar também a preservação de nossas florestas.”

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Queimadas no restante do país

Segundo o último levantamento do MapBiomas, 536 mil hectares do país sofreram com o fogo neste bimestre – uma queda de 28% em relação a 2022. O tamanho da área queimada em janeiro e fevereiro na Mata Atlântica (4,6 mil hectares), no Pantanal (8,8 mil) e na Caatinga (6,7 mil) foi o menor dos últimos cinco anos.

A Floresta Amazônica registrou 487 mil hectares destruídos, 90% do total nacional. O fogo se concentrou nos estados de Roraima, Mato Grosso e Pará, onde está 79% da área queimada do país no último bimestre.

Os municípios mais afetados são Pacaraima, Normandia e Amajari, em Roraima. Lá também estão os territórios indígenas com mais área queimada: a TI São Marcos, a TI Raposa Serra do Sol e a TI Araçá. Uma explicação para o padrão de queimada encontrado no estado são suas características climáticas: por lá, os meses de seca ocorrem
entre dezembro e abril.

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O segundo bioma que mais queimou no bimestre foi o Cerrado, principalmente nos estados de Mato Grosso e Maranhão, com 24 mil hectares afetados – um número 64% maior em comparação com o mesmo período de 2022. A maior parte da área queimada em todo o Brasil (84%) atingiu a vegetação nativa dos locais.

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