Já imaginou uma cidade sem o SUS?
"Sem o SUS, é a barbárie", frase do médico Gonzalo Vecina. Ele está em cada detalhe da nossa vida, e, sem ele, a rotina do país viraria uma distopia real

Já imaginou acordar com dor de dente e precisar vender a geladeira para pagar o tratamento? Ou abrir a torneira de casa e não ter água potável?
Parece cenário de filme distópico, mas esse era o Brasil antes de 1988. Foi só com a Constituição que nasceu o SUS – o sistema público que transformou a saúde em um direito universal. Hoje, o SUS está em cada detalhe da vida de quem vive no Brasil – não importa se a pessoa é brasileira ou estrangeira, se mora no centro ou na periferia. Ele é presença constante, mesmo quando passa despercebido: da vacina que protege milhões à vigilância que garante alimentos seguros, dos transplantes de órgãos ao atendimento nas comunidades.
Mais que um sistema de saúde, o SUS é a maior política pública de inclusão social desde a redemocratização, um patrimônio nacional e uma conquista coletiva que assegura respeito, equidade e vida digna para todas as pessoas.
1. VIDAS SERIAM PERDIDAS SEM SOCORRO IMEDIATO
Sem o SUS, vítimas de acidentes ficariam sem atendimento imediato. Com o SAMU 192, o socorro chega 24 horas por dia. Presente em quase 4 000 municípios, o serviço cobre mais de 80% da população e garante transporte emergencial seguro até o hospital.
2. A POPULAÇÃO SORRIRIA MENOS
O motivo? Dor de dente! O tratamento particular custa caro, e muita gente não pode arcar com o valor. Hoje, 80% das UBSs têm dentistas e 74,4% contam com equipes de saúde bucal. Casos mais complexos são tratados nos Centros de Especialidades Odontológicas, espalhados por centenas de cidades.
3. MUITAS MULHERES DARIAM À LUZ SEM O AMPARO NECESSÁRIO
Um parto em hospital privado sai caro. Sem poder pagar o valor, grande parte das gestantes arriscaria dar à luz em casa, muitas vezes sem segurança. O SUS garante pré-natal, exames e parto gratuitos. Um estudo avaliou a cobertura de registro de partos no Brasil, de 2012 a 2020, e descobriu que a cobertura nacional de registro de partos no SUS foi estimada em 80,6%.
4. DESASTRES NATURAIS AGRAVARIAM COLAPSOS
Diante de enchentes ou deslizamentos, grande parte da população ficaria sem atendimento. É que a Força Nacional do SUS mobiliza rapidamente: médicos, enfermeiros e especialistas em saúde emergencial, levando insumos, vacinas, medicamentos e montando estruturas provisórias de atendimento.
5. A MAIORIA DA POPULAÇÃO NÃO TERIA VACINAS
Doenças como pólio, sarampo e difteria voltariam a circular livremente. Graças ao Programa Nacional de Imunizações — um dos maiores do mundo —, em 2023 e 2024 o Brasil distribuiu gratuitamente mais de 604 milhões de doses de imunobiológicos.
6. RESTAURANTES E FEIRAS LIVRES SERIAM FOCOS DE DOENÇAS
Sem fiscalização, alimentos mal armazenados e cozinhas sem higiene provocariam surtos de intoxicação. A Vigilância Sanitária do SUS inspeciona desde pequenos restaurantes até grandes indústrias. Em 2024, as VISAs espalhadas por todo o Brasil realizaram milhares de fiscalizações para garantir padrões de higiene em todo o país.
7. O COMÉRCIO LOCAL ENTRARIA EM COLAPSO
Sem atendimento acessível, até mesmo um resfriado afastaria trabalhadores por dias, prejudicando famílias e negócios locais. Porta de entrada do SUS, as UBSs oferecem consultas, exames e acompanhamento contínuo a milhões de brasileiros. São cerca de 50 000 unidades em funcionamento em todo o país.
8. ATÉ A ÁGUA DA TORNEIRA OFERECERIA PERIGO
Sem controle, a água poderia carregar vírus, bactérias e parasitas invisíveis, provocando surtos de diarreia, hepatite A e até cólera. O SUS, através da Vigilância em Saúde Ambiental, monitora a qualidade da água em todo o país, garantindo que cada gole seja seguro.
9. ESCOLAS FECHARIAM POR FALTA DE ESTUDANTES
Sem pediatras e vacinação em massa, muitas crianças não alcançariam a idade escolar. O SUS leva a Estratégia Saúde da Família a todo o país, atingindo cerca de 63% da população. Com prevenção e vacinação, essas equipes ajudam a manter as crianças saudáveis, presentes na escola e com melhores condições de aprender.
10. FALTARIA MEDICAMENTO PARA A POPULAÇÃO
Sem o SUS, arcar com o tratamento de hipertensão ou diabetes seria inviável para milhões de famílias. O sistema distribui medicamentos gratuitos em UBSs e pelo programa Farmácia Popular, presente em 86% das cidades, com mais de 31 000 estabelecimentos.
11. PRACINHAS SEM CRIANÇAS
Sem agentes de endemias, mosquitos se multiplicariam e espalhariam dengue, zika e chikungunya, transformando praças e parques em áreas de risco para as crianças. Em 2023, mais de 400 000 agentes atuaram no combate ao Aedes aegypti. Já em 2024, diante de mais de 5 milhões de casos prováveis de dengue, essa rede foi decisiva para conter surtos.
12. A QUALIDADE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE CAIRIA
Sem hospitais universitários, espaços que unem aprendizado e cuidado, estudantes de saúde se formariam sem prática — e o país teria profissionais menos preparados. O SUS mantém 50 hospitais
universitários federais, que em 2023 realizaram cerca de 10 milhões de atendimentos.
13. O NÚMERO DE ÓBITOS AUMENTARIA, E MUITO
Sem o SUS, cirurgias de alta complexidade e transplantes seriam inacessíveis para a maioria. O sistema financia mais de 85% dos transplantes no país e garante o fornecimento de medicamentos imunossupressores. O Sistema Nacional de Transplantes coordena a fila única nacional — válida tanto para pacientes do SUS quanto da rede privada.