Em alguns, funcionaria melhor do que no nosso.
Cada planeta tem um gigantesco eletroímã no seu interior, gerado por metais liquefeitos chacoalhados pelo movimento de rotação. Como são bons condutores, fazem circular grandes cargas elétricas. “É essa eletricidade em movimento que atrai a agulha das bússolas para o norte”, explica o astrônomo Augusto Damineli Neto, da Universidade de São Paulo.
Nos planetas maiores – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno –, a quantidade de metais no núcleo é enorme e, por isso, a atração magnética também é, o que faria as bússolas trabalharem melhor. Aqui na Terra, um astro menor e, portanto, com menos metal, o campo não é tão forte e está sujeito a interferências. Se você estiver sobre uma mina de ferro, por exemplo, ele atrairá a agulha. Se você pretende viajar para Mercúrio, Vênus, Marte ou Plutão, que são ainda menores, esqueça a bússola. Ela vai estar tão sujeita a interferências que não será confiável.
Uma agulha no espaço
Enlouquecida: bússola é inútil em Mercúrio. Além do seu pequeno tamanho, que gera um campo magnético fraco, há enorme influência do vento solar – as partículas carregadas de energia que saem do Sol.
Razoável: na Terra, o instrumento não é muito preciso, mas dá para usá-lo para encontrar o caminho. Desde que não haja um grande depósito mineral sob o solo.
Piorzinho: Marte é um planeta menor que a Terra e com campo magnético fraco. A agulha será menos precisa e estável.
Aí, sim: em Júpiter, assim como em Saturno, Urano e Netuno, dá para confiar na bússola. Se ela aponta para um lado, pode ter certeza de que é o norte.