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Empresa japonesa se prepara para vender chuva de meteoros artificiais

Satélite lançado ao espaço carrega 400 bolinhas que vão se transformar em estrelas cadentes ao queimar na atmosfera — e produzir um show para quem assiste

Por A. J. de Oliveira
21 jan 2019, 17h34

Imagine se, momentos antes do início da queima de fogos do Réveillon de Copacabana, os organizadores oferecessem também suas próprias estrelas cadentes, para deixar ainda mais embasbacados os milhões de turistas presentes? O mesmo recurso poderia ser usado pela Fifa na festa de abertura da próxima Copa do Mundo, por exemplo, ou ainda por um ricaço romântico que deseje fazer um pedido de casamento inesquecível. Por mais surreal que um serviço desses possa parecer, ele está bem perto de ser vendido comercialmente.

É o que promete a start-up japonesa ALE, que teve seu primeiro micro-satélite colocado em órbita na última sexta-feira (18) pelo pequeno foguete Epsilon-4, da Jaxa, a agência espacial do Japão. Os profissionais por trás da iniciativa antecipam que a primeira “chuva de meteoros sob demanda” será realizada sobre a cidade de Hiroshima em 2020, durante a primavera do hemisfério norte (entre os meses de março e de junho).

Apesar das dimensões reduzidas (micro-satélites não costumam ter mais de 500 Kg), o satélite em miniatura abriga 400 bolinhas. Elas feitas a partir de uma fórmula química guardada a sete chaves — é o segredo por trás da produção de meteoros capazes de brilhar por vários segundos e em cores diferentes, dependendo do elemento químico utilizado. O curioso aparato está a uma altura de 500 quilômetros, mas sua órbita deve decair cem quilômetros ao longo de um ano. Ainda assim, as pequenas esferas não oferecem nenhum risco, pois serão totalmente incineradas na atmosfera.

De acordo com a ALE, suas estrelas cadentes artificiais vão brilhar tanto que poderão ser avistadas até mesmo de grandes metrópoles com céus completamente ofuscados pela poluição luminosa, como Tóquio e São Paulo. A princípio, o estoque de bolinhas a bordo do satélite é o suficiente para gerar de 20 a 30 eventos, cada um contando com até 20 meteoros. Mas a empresa já anunciou que pretende incrementar a oferta até a metade deste ano, quando planeja lançar seu segundo satélite em um foguete da iniciativa privada.

A ideia é que ambos os satélites atuem em conjunto ou separadamente, podendo entregar estrelas cadentes sob medida em qualquer lugar do mundo. Parâmetros como a localização, cor, velocidade e direção são personalizáveis pelo cliente, para proporcionar o espetáculo mais bonito possível aos que estão com os pés no chão — e os olhos no céu. Ainda não foi divulgado um preço para quem tem interesse em encomendar uma chuva de meteoros para chamar de sua. Mas, se a moda pegar, logo ficaremos sabendo.

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