EUA desenvolvem robô assassino
Exército americano busca máquina que seja capaz de atirar e matar "sem intervenção humana"
João Vito Cinquepalmi
Os EUA têm uma esquadrilha com mais de 7 mil drones – aviões não tripulados que são comandados a distância e fazem missões de vigilância e ataque em países inimigos. Mas, agora, querem dar um passo à frente e criar máquinas que sejam capazes de fazer tudo sozinhas, inclusive decidir quando é hora de atirar para matar. A ideia foi revelada pelo próprio Departamento de Defesa, que publicou um documento estipulando as regras. Os robôs serão desenhados para atacar alvos em terra e no ar, e terão de passar por “testes rigorosos” para diminuir o risco de “engajamento involuntário” – atacar a pessoa errada. Os defensores da ideia dizem que ela vai acabar poupando vidas, pois os robôs são mais frios e precisos que qualquer humano. Mas também há outro lado. “Um computador toma decisões baseado no seu banco de dados e nos sinais que recebe do ambiente externo. Mas é impossível prever todas as situações que o sistema vai encontrar, e como vai reagir”, diz o físico Mark Gubrud, pesquisador da Universidade Princeton e membro do Comitê Internacional para o Controle de Armas Robóticas. O medo é que os robôs se confundam, matando inocentes, ou saiam do controle, se voltando contra o próprio Exército. Também há o risco de uma corrida armamentista, com as grandes potências competindo para criar o melhor robô.
O assunto é urgente, tanto que em maio haverá a primeira conferência a respeito na sede da ONU – que poderá criar uma convenção internacional proibindo as máquinas que atiram sozinhas.