Pesquisadores suíços calculam 62,8 trilhões de dígitos do número pi
O cálculo foi feito com auxílio de um supercomputador, que levou 108 dias para chegar ao resultado. O recorde anterior tinha 12 trilhões de dígitos a menos e levou o triplo de tempo para ser calculado.
Você deve ter visto isso na escola: para calcular a circunferência de um círculo, basta aplicar a fórmula C = 2 π r. Com um rápido ajuste, entendemos que o número pi (π) é a razão entre a circunferência de um círculo (C) e seu diâmetro (2r). Os livros didáticos costumam pedir para que seja adotado o valor de 3,14 para pi, como forma de facilitar a conta. Mas pi é um número irracional, ou seja, possui uma infinidade de números após a casa decimal.
Mas há quem vá além desses três algarismos. Pesquisadores da Universidade Graubuenden de Ciências Aplicadas, na Suíça, calcularam 62,8 trilhões de dígitos do número pi. Os cientistas, que calcularam o número com auxílio de um supercomputador, levaram 108 dias e nove horas para obter o resultado. Eles estão aguardando o retorno do Guinness Book of Records para confirmar o feito e, por enquanto, divulgaram apenas as 10 últimas casas decimais calculadas: 7817924264.
O recorde anterior havia sido estabelecido por Timothy Mullican, fundador de uma organização sem fins lucrativos no Alabama, que calculou 50 trilhões de dígitos em 2020 usando seu próprio computador. Antes dele, em 2019, um sistema de computação em nuvem do Google havia alcançado mais de 31 trilhões de casas decimais para pi.
Muitos cientistas adotam o valor 3,1415926536 para pi, considerando as dez primeiras casas decimais. Com esse número, já é possível calcular a circunferência da Terra com precisão de menos de 1 milímetro. Se forem adicionadas mais 22 casas decimais, é possível chegar à circunferência da Via Láctea. Pouco mais de 60 casas, e os cientistas já podem calcular o tamanho do universo observável (região em que está toda a matéria capaz de ser observada da Terra).
Se esses números bastam, por que calcular 62,8 trilhões de dígitos? O valor não tem aplicação prática no campo da física, mas seu cálculo é ideal para testar o processamento de supercomputadores. A máquina utilizada pela equipe suíça fazia parte do Centro de Competência para Análise de Dados, Visualização e Simulação (DAViS). O algoritmo utilizado foi o mesmo aplicado por Mullican em 2020, mas, desta vez, o resultado foi entregue 3,5 vezes mais depressa. O computador DAViS foi mais rápido porque tem uma quantidade gigantesca de memória RAM: cerca de 316 terabytes. Os computadores comuns geralmente têm 8 gigabytes.