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Sem medo da abertura

Artigo do presidente do grupo Basf no Brasil, Volker Trautz, sobre o real estado do Brasil em face do Primeiro Mundo no que diz respeito à tecnologia.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h36 - Publicado em 31 ago 1991, 22h00

Desde que o termo carroça foi empregado pelo presidente da República, Fernando Collor de Mello, o Brasil começou a discutir, pela primeira vez, o real estado de sua condição tecnológica frente ao primeiro Mundo. A abertura do mercado e a redução das alíquotas de importação provocaram um forte impacto em uma sociedade provocada acostumada aos vícios do cartorialismo, do corporativismo e dependente do Estado. Ao longo de sua história, o Brasil desenvolveu uma estrutura econômica autárquica, porém ineficiente, sob o estigma do protecionismo.

O mercado fechado possibilitou a fabricação de uma gama enorme de produtos com preços altos e de péssima qualidade. As primeiras medidas adotadas pelo governo na direção de abrir o mercado são sinais claros do esforço para construção de uma economia forte. Estas iniciativas, porém, não passaram, ainda, de uma boa carta de intenções. Sabemos que as dificuldades são muitas. As pressões contrárias são poderosas. Assistimos recentemente à votação da Lei de Informática e pudemos dimensionar a resistência de alguns setores à implantação do livre-mercado no país. O Brasil, no entanto, não tem outra alternativa que não seja a adoção de regras econômicas claras e compatíveis com o resto do mundo.

O país deve, a partir de agora, concentrar – se no desenvolvimento dos pontos fortes da economia nacional. A integração com os mercados internacionais propiciará a produção de bens e serviços com vantagens de custos comparativos aos mercados do Primeiro Mundo. O aumento da produtividade e da competitividade passa pela especialização da produção industrial e agrícola. Trata – se de um processo de adaptação doloroso, mas somente desta forma o país, a longo prazo, ingressará na economia mundial. A abertura do mercado resultará no desejável crescimento econômico dirigido para o que sabemos fazer melhor.

A integração do país com os mercados internacionais e, notadamente, com os países do cone sul, terá um efeito positivo quanto ao equilíbrio dos preços compatíveis com os concorrentes estrangeiros. Para isso, o fator de qualidade será preponderante. Os produtos de avançada tecnologia, que incorporam o conceito de qualidade mundial, serão os responsáveis pelo aumento da nossa competitividade. A pressão sobre a rentabilidade, num primeiro momento, exigirá uma alteração na estrutura das empresas, seja através da racionalização de custos ou adaptação de processos produtivos com a implementação de automação industrial, seja na concentração de produtos ou negócios que tenham qualidade superior aos demais, até se chegar a uma economia de escala rentável.

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Nesse processo de mudança é necessário estar preparando para novas oportunidades e investimentos altos. A troca de know – how e o intercâmbio no trabalho de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias coloca as empresas de capital estrangeiro numa posição mais confortável nesse novo ambiente. Entretanto, a não – implementação de um sistema adequado para proteção da propriedade intelectual faz com que muitas multinacionais relutem em trazer ao país tecnologia moderna. Sem uma proteção legal eficiente, estas empresas correm o risco de ver usurpado o fruto de muitos anos de pesquisa e muitos milhões de dólares de investimento.

O projeto do governo – Collor – bem mais amplo do que as ações até aqui realizadas – deve ser posto em pratica em sua plenitude. O longo relacionamento do grupo BASF, em seus oitentas anos de presença no mercado brasileiro, nos dá a convicção de que é possível integrar o país nas fortes economias do planeta.

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