A história começa quando os matemáticos e astrônomos do Império Romano organizaram o calendário Juliano, que entrou em vigor em 45 a.C. e deu origem mais tarde ao calendário Gregoriano, que é o utilizado atualmente.
Um ano é o tempo aproximado de uma volta da Terra em torno do Sol. Já a origem dos meses está nos ciclos da Lua. Mas esses dois fenômenos não têm uma correspondência temporal perfeita.
Como a divisão de 365 dias por 12 não é exata, alguns meses ganharam 30 dias e outros 31. Foram tomados alguns cuidados, como manter cada mês com as quatro fases da Lua completas. Mas a escolha de que meses teriam 31 dias também foi feita por causa de honrarias políticas, diz a professora de história antiga da UniRio Claudia Beltrão.
Por exemplo, no segundo ano de vigência do calendário, o Senado decidiu homenagear Júlio César e propôs que o mês Quintilis, que tinha 31 dias, passasse a se chamar Julius (julho). Mais de três décadas depois, em 8 a.C., o nome do oitavo mês foi mudado para Augustus (agosto) em homenagem ao então imperador César Augusto. Mas, para que o mês dedicado a ele não tivesse menos dias do que o dedicado a Júlio César, o mês de agosto passou a ter 31 dias também. Esse dia a mais saiu de fevereiro, que ficou com 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos.
Como conta Manuel Nunes Marques, ex-diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, no artigo “Origem e Evolução do Nosso Calendário”, para que não houvesse tantos meses seguidos com 31 dias, setembro e novembro passaram a ter 30 dias, e outubro e dezembro passaram a ter 31. Assim se chegou à distribuição que persiste até os dias de hoje.
Fontes: Claudia Beltrão, professora de história antiga da UNIRIO; Vânia Leite Fróes, professora de história medieval da UFF