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2020 empata com 2016 no posto de ano mais quente já registrado

Apesar da redução de emissões causada pela pandemia, o mundo está cada vez mais próximo de ultrapassar os limites estabelecidos pelo Acordo de Paris.

Por Bruno Carbinatto
13 jan 2021, 10h48

O ano de 2020 foi um dos dois anos mais quentes já registrados na história, empatando com 2016. É o que dizem os dados do Copernicus, o programa de monitoramento do clima mantido pela União Europeia.

No ano passado, as temperaturas foram, em média, 1,25ºC mais quentes que os níveis registrados antes da Revolução Industrial – momento histórico em que a humanidade passou a influenciar no clima global com emissões de gases de efeito estufa, segundo cientistas. O número é perigosamente próximo dos 1,5ºC estabelecidos pela Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, em 2018, um limite de crescimento das temperaturas para evitar problemas graves à existência humana.

O recorde ocorre mesmo após uma redução histórica nas emissões mundiais devido a pandemia e a paralisação das economias de vários países em 2020. Além disso, o único ano que se compara em termos de aquecimento foi 2016 – um ano marcado pelo fenômeno climático El Niño, um aquecimento periódico das águas do Oceano Pacífico que influencia na temperatura média global. Se não fosse por isso, 2020 provavelmente estaria isolado na primeira colocação.

Algumas áreas contribuíram especialmente para a média global; a Europa teve seu ano mais quente já registrado, com temperaturas mais de 2,2ºC acima dos níveis pré-industriais. A região gelada do Ártico é a mais alarmante: por lá, a média da temperatura foi até 7ºC maior. Em alguns lugares da Sibéria, o número chegou a 10ºC. Isso fez com que o Ártico registrasse sua segunda menor área de calota polar desde que as medições começaram, há quase 50 anos.

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O ano também foi marcado por uma série de desastres naturais ligados ao clima, incluindo temporadas de incêndio florestais devastadoras em países como Brasil, Austrália, Estados Unidos e na região do Ártico. A temporada de furacões do Atlântico de 2020 foi a maior já registada na história – foram 30 tempestades relevantes a ponto de serem nomeadas, número tão grande que esgotou a lista de nomes pré-selecionados e os cientistas tiveram que batizar tempestades com letras do alfabeto grego. Em fevereiro, o continente gelado da Antártida não ficou tão gelado assim: sua temperatura bateu o recorde de 20ºC; no outro extremo do mundo, o Círculo Polar Ártico chegou a marca de 38ºC.

O aumento constante da temperatura média nos últimos anos é resultado do aquecimento global causado pelas atividades humanas, segundo a ciência. O top 6 de anos mais quentes já registrados na história é formado pelos últimos seis anos, e as previsões para os próximos não é nada animadora. Em 2016, mais de 200 países assinaram o Acordo de Paris, cujo objetivo é “assegurar que o aumento da temperatura média global fique abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais”. Não se sabe se isso será cumprido; embora muitos países (e a União Europeia) tenham anunciado planos ambiciosos de redução de emissões de gases, grandes economias como Estados Unidos, China e Índia ainda mantêm níveis preocupantes de uso de combustíveis fósseis.

A preocupação é ainda maior considerando que muitos países estão se recuperando da pandemia e planejam abrir suas economias com força total em 2021, o que pode levar a um pico de emissões inesperado. Cientistas preveem um número de tragédias naturais sem precedentes caso a temperatura média do planeta aumente 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, incluindo ondas de calor potencialmente letais, enchentes devastadoras e outros desastres.

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