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A Lua está enferrujando, e um novo estudo explica o porquê

Detecção de hematita na superfície lunar em 2020 intrigou pesquisadores, já que o satélite não tem oxigênio. Agora, um experimento reforça uma antiga hipótese.

Por Bruno Carbinatto
30 set 2025, 10h00

Em 2020, cientistas analisaram os dados coletados pela sonda indiana Chandrayaan-1 e anunciaram a detecção de pequenas quantidades de ferrugem na Lua – a mesma ferrugem que observamos em objetos velhos de ferro aqui na Terra. Isso, claro, chamou a atenção: nosso satélite natural não possui oxigênio, ingrediente essencial para a deterioração do ferro. O que explica o fenômeno, então?

Já naquele artigo, os pesquisadores levantaram uma hipótese. Agora, um novo estudo reforça essa mesma ideia: a ferrugem lunar é culpa da própria Terra.

Cientistas chineses descobriram que partículas de oxigênio que saem do nosso planeta podem chegar à Lua e transformar metais presentes lá em hematita (Fe2O3), o mineral que chamamos de ferrugem. O artigo foi publicado no periódico Geophysical Research Letters.

A explicação ajuda a resolver o que, à primeira vista, parece um mistério. A hematita é formada por meio da oxidação do ferro em contato com água e com o oxigênio – e, embora a Lua esteja repleta de rochas contendo ferro metálico e também haja H2O por lá em formato de gelo, ela não possui atmosfera, e, portanto, não possui oxigênio. Faltava, então, um ingrediente essencial para explicar a detecção de ferrugem nos polos lunares.

A resposta: esse oxigênio vem da própria Terra. 

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Na maior parte do tempo, tanto a Terra quanto a Lua estão sendo bombardeadas por partículas vindas do Sol, chamadas de “vento solar”. Mas, por alguns dias do mês (principalmente na Lua cheia), nosso planeta bloqueia esse fluxo que chega à Lua; neste período, o satélite é banhado principalmente por partículas que já fizeram parte da atmosfera terrestre, transportadas pela chamada magnetosfera, uma extensão do campo magnético terrestre moldada pela radiação solar.

É daí que chegam átomos como hidrogênio, nitrogênio e oxigênio, que passam por reações químicas na Lua. É esse oxigênio residual que interage com o ferro lunar, gerando a hematita.

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Essa já era a hipótese mais provável para explicar a ferrugem lunar, diga-se. O que o novo estudo fez foi testá-la em laboratório, simulando o fluxo de partículas terrestres. Os cientistas criaram íons altamente energéticos de hidrogênio e oxigênio e os enviaram em direção a minerais ricos em ferro, iguais aos que existem na Lua. Os resultados mostraram que, quando o oxigênio entrava em contato com o ferro, ele de fato resultava na formação de ferrugem. 

Isso explica também por que a ferrugem é mais presente no lado próximo da Lua do que na sua face “oculta”, que nunca fica de frente para a Terra.

Apesar de reforçar a hipótese mais aceita, o estudo ainda tem suas limitações, especialmente porque é difícil imitar as condições lunares em laboratório. Futuras missões para o nosso satélite natural vão ajudar a entender melhor o fenômeno.

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