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Abelhas usam distanciamento social para conter infecção na colmeia

Pesquisadores estudaram colônias infectadas com o ácaro Varroa destructor - e constataram que um determinado grupo de abelhas passa a evitar o centro da colmeia, para não espalhar a doença

Por Luisa Costa
3 nov 2021, 18h43

Um ácaro chamado Varroa destructor é uma grande ameaça para as abelhas. Ele é um ectoparasita, que enfraquece esses insetos aderindo aos seus corpos – e pode infestar e dizimar colônias inteiras. Agora, um estudo mostrou que as abelhas europeias – Apis mellifera, aquelas de corpo preto e amarelo – recorrem ao distanciamento social quando a colmeia está sob ameaça do ácaro, mudando a maneira como utilizam o espaço e interagem umas com as outras. A pesquisa foi publicada na revista Science Advances.

Uma colônia de abelhas se divide em grupos. Além da abelha rainha e dos zangões, responsáveis pela reprodução na colmeia, existem as operárias. Estas, como o nome indica, trabalham em atividades fundamentais para o funcionamento da colmeia – o que varia conforme sua idade. As operárias forrageiras, por exemplo, são as abelhas mais velhas e coletam pólen, néctar e água para a colônia.

Os pesquisadores do novo estudo examinaram, a partir de vídeos, o comportamento de abelhas em colmeias que foram infectadas pelo Varroa destructor. Eles perceberam que, em colônias infectadas pelo ácaro, as abelhas forrageiras dançavam (girando e balançando) nos favos longe do centro da colmeia – diferententemente do que costumam fazer. (A dança é um meio de comunicação para as abelhas Apis mellifera: indica fontes de alimento ou novos locais para a instalação do enxame, por exemplo.)

“As forrageadoras são umas das principais vias de entrada dos ácaros [em uma colmeia]”, explica Alessandro Cini, coautor do estudo, ao jornal The Guardian. Então, quanto mais elas se afastam do centro da colmeia – onde ficam as larvas e abelhas mais jovens –, menor é a propagação dos ácaros. As abelhas praticam uma forma de distanciamento para conter a infecção na colônia.

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O estudo também percebeu mudanças em outro comportamento social das abelhas chamado alogrooming (ou catação, em português), no qual uma abelha remove partículas estranhas e parasitas do corpo de outra. Em colônias infectadas, esse esforço aumenta e tende a se concentrar nos indivíduos mais jovens, na parte central da colmeia – o que também parece ser uma estratégia de sobrevivência.

Os pesquisadores escrevem que essas observações demonstram que as colônias de abelhas reagem à invasão do Varroa destructor “com mudanças significativas nos traços comportamentais em toda a colônia e no nível individual”.

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