As plantas têm memória – e a ciência finalmente descobriu como ela funciona
A resposta (pasme) é a proteína causadora da doença da vaca louca
Não é novidade que as plantas têm memória e que “conversam” entre si: elas conseguem passar adiante informações de sobrevivência e de qual é o melhor momento para florescer. Agora, cientistas da Universidade de Bonn, na Alemanha, conseguiram desvendar o segredo por trás dessas capacidades: os príons – agentes misteriosos, causadores de doenças degenerativas como a doença da vaca louca (a encefalopatia espongiforme bovina, que começou com uma epidemia em 1993, na Inglaterra).
Vamos por partes. Primeiro: o que são os príons? Basicamente, eles são proteínas com defeito. Em vez de realizar sua função original, que é ajudar no funcionamento da célula, eles passam a atacá-la, causando doenças como a da vaca louca – que resulta, nos mamíferos, em demência. Os príons, diferentemente de vírus e bactérias, não têm material genético, como DNA ou RNA, e por isso continuam sendo um grande mistério para os cientistas.
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Mas essas proteínas esquisitas também podem ser benignas. Os biólogos já sabiam, por exemplo, que elas eram responsáveis pela “memória” das leveduras – em estudos anteriores, descobriu-se que os fungos conseguiam “reconhecer” o melhor momento para se reproduzir a partir dessas estruturas sem DNA. Observando a forma como várias espécies de plantas também “sabem” quando é melhor florescer, os cientistas começaram a se perguntar se elas teriam o mesmo mecanismo.
Foi isso o que o novo estudo descobriu. Os príons ajudam as plantas a guardar informações importantes para a sua sobrevivência, como o melhor momento climático para o florescimento e a quantidade de luz ideal para a planta crescer saudável. E mais: apesar de não haver DNA ou RNA envolvidos aí, os biólogos ficaram surpresos ao perceber que essa memória é passada ao longo das gerações.
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A ciência ainda está estudando os pormenores do mecanismo, e também como os príons podem ser benéficos para as plantas e terríveis para os animais. Ao encontrar as respostas para essas perguntas talvez seja possível, também, descobrir uma cura para as doenças causadas por elas.
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