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Bactérias “vampiras” letais são atraídas por proteína do sangue humano

Esses micróbios, que podem entrar no sistema circulatório por meio de sangramentos no intestino, farejam a serina, um componente do plasma sanguíneo.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 abr 2024, 18h00

Uma equipe liderada pela doutoranda Siena Glenn da Universidade Estadual de Washington, nos EUA, descobriu que três bactérias que podem ser perigosas para o ser humano Salmonella entericaEscherichia coli e Citrobacter koseri são atraídas pelo aminoácido serina, um tijolinho de construção de proteínas presente em abundância no soro do sangue (e em certas formulações de whey protein. Vai já para a academia).

Trata-se de uma descoberta importante porque infecções causadas por essas bactérias são a principal causa de morte de pessoas que têm doenças inflamatórias intestinais. Um sangramento no intestino pode fazer com que, por exemplo, uma E. coli  uma bactéria que vive normalmente em nosso sistema digestório, sem qualquer problema – caia na corrente sanguínea e causem complicações fatais.  

Antes de continuar a notícia, pausa para explicação: o sangue humano se divide em glóbulos vermelhos (as células que transportam oxigênio e gás carbônico), glóbulos brancos (as células do sistema imunológico), o plasma (um líquido rico em proteínas) e as plaquetas (pedaços de células que ajudam o sangue a coagular quando necessário). “Soro”, por sua vez, é o nome que se dá ao plasma com alguns componentes removidos, como uma proteína chamada fibrinogênio.

O experimento não tem segredo: os pesquisadores colocaram bactérias pertinho do soro sanguíneo humano e observam o que acontece com um microscópio especial. Elas reagem à presença da substância bem rápido: demora menos de um minuto para encontrá-la. De quebra, foi possível descobrir que a Salmonella tem um receptor de proteína em sua superfície, conhecido pelo código Tsr, responsável por farejar a serina.

“Aprendendo como essas bactérias são capazes de detectar fontes de sangue, podemos desenvolver novas drogas que bloqueiam essa habilidade”, disse Glenn em declaração à imprensa. “Esses medicamentos poderiam melhorar as vidas de pessoas com doenças inflamatórias intestinais que têm alto risco de infecções na corrente sanguínea.”

 

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