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Banco de esperma congelado pode ser a saída para colonizar outros planetas

Cientistas descobrem que espermatozoides humanos resistem bem à falta de gravidade se estiverem preservados a baixas temperaturas.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 24 jun 2019, 17h18 - Publicado em 24 jun 2019, 17h17

De uns tempos para cá, a Lua tem roubado a cena como destino preferido para as primeiras missões tripuladas ao espaço profundo. Antes disso era Marte quem detinha esse título. De qualquer forma, independentemente de onde nossa espécie decida se estabelecer fora da Terra, será preciso pensar como fazer uma eventual colônia espacial prosperar. E um novo estudo acaba de revelar uma técnica promissora para reforçar o crescimento populacional extraterrestre.

Pesquisadores descobriram que o esperma humano pode resistir à microgravidade quando congelado. Trabalhos anteriores sugeriam que amostras frescas acabavam sendo comprometidas na ausência do campo gravitacional terrestre — principalmente quanto à mobilidade dos espermatozoides. Mas os resultados de uma pesquisa preliminar conduzida por estudiosos da Espanha indicam que temperaturas abaixo de zero preservam os gametas.

O estudo foi liderado pela embriologista Montserrat Boada, da clínica de saúde da mulher Dexeus, em Barcelona. Ela apresentou algumas de suas principais conclusões em um congresso da área realizado neste domingo (23) em Viena, na Áustria. Ao todo, dez homens saudáveis forneceram amostras de esperma. Parte delas foi colocada em um avião acrobático que simulou as condições de microgravidade do espaço, e parte permaneceu no chão.

Testes de fertilidade, concentração, mobilidade e fragmentação do DNA não identificaram diferenças significativas entre um grupo e outro. Com isso, os pesquisadores concluíram ser possível criar um banco de esperma humano fora da Terra. Os resultados são interessantes, mas será preciso aprofundar o trabalho para entender se as condições se mantêm em períodos prolongados no espaço. Um experimento na ISS, por exemplo, seria uma boa.

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Certos aspectos, como os altos níveis de radiação, não podem ser testados em aviões — só fora da Terra. Por enquanto, cientistas ainda têm de disputar a tapa as raras oportunidades de fazer pesquisa na órbita terrestre. Empresas estão apostando em desenvolver espaçonaves e estações espaciais comerciais para democratizar experimentos em microgravidade nos próximos anos. Assim a equipe de Boada pode ganhar uma chance.

Esse estudo é particularmente relevante porque corre o boato de que um relatório não divulgado da Nasa cogita mandar tripulações do mesmo gênero para Marte — só homens ou só mulheres. Desse jeito os times são mais coesos, diz o tal documento. O banco de esperma congelado é uma opção interessante para as astronautas se reproduzirem no espaço. Pode ser a solução para viabilizar a colonização de outros mundos no futuro.

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