Os neurônios se regeneram?
Nossa compreensão sobre o cérebro mudou completamente a resposta para essa pergunta.
Até pouco tempo atrás a resposta da ciência seria um sonoro não.
Por décadas, acreditamos que você nasce com uma quantidade de neurônios e, quando eles morriam, já era. Esse, porém, foi um dos mitos sobre o cérebro que foi se desmantelando conforme nossa compressão sobre o órgão aumentou.
Estudos recentes mostram que adultos geram, sim, novos neurônios, especialmente no hipocampo. E que, ainda que não o façam com muita frequência, os neurônios têm, sim, certa capacidade de regenreação. O que não quer dizer que a perda de um neurônio não é sentida.
A célula nervosa é um funcionário ultra-especializado: a divisão de tarefas entre ele e seus colegas é tão complicada que, quando um neurônio morre, não adianta simplesmente substituí-lo por outra célula. A rede toda sente o impacto.
Um neurônio sozinho não faz verão. Cada um está ligado, quimicamente, a milhares de outros. Por meio dessa teia de ligações, os impulsos nervosos são transmitidos de uma célula para outra do cérebro. “A maquinaria cerebral é a mais complexa de todo o Universo”, diz o neurologista Ciro da Silva, da Universidade de São Paulo. “Entendendo o funcionamento de uma célula do fígado conhecemos as outras”, diz Silva. “Mas, no cérebro, cada uma funciona de um jeito.”
Felizmente, porém, nosso cérebro é equipado com um superpoder chamado neuroplasticidade: ele tem uma capacidade impressionante de se adaptar. Ele cria novos “caminhos” e conexões capazes de suplantar as redes danificadas – é exatamente com a neuroplasticidade que conta uma pessoa que sofreu dano cerebral, quando reaprende habilidades que tinha perdido.