Cientistas criam material de construção “programável”
Ele varia da malemolência de uma esponja para a dureza da madeira – e consegue mudar de um para o outro em segundos.
O departamento de engenharia aeroespacial da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, cria materiais malucos, que podem, no futuro, dar vida a construções inteligentes. O mais novo deles é uma estrutura programável em 4D – a quarta dimensão é o tempo. O material se transforma conforme o tempo passa.
Ele pode ser flexível e mole como uma esponja e, poucos segundos depois, ganhar a mesma resistência de uma tábua de madeira – como você vê no vídeo abaixo.
A SUPER conversou com um dos líderes do projeto, o cientista Howon Lee.
O que exatamente é “imprimir em 4D”? Usamos esse termo para qualquer estrutura criada em um impressora 3D, mas que já é programada para se transformar em resposta a certos estímulos – calor, luz, etc.
Quais são as temperaturas usadas para “programar” o seu material? Nosso material foi criado para ser bastante flexível em temperatura ambiente, a partir de
23 ºC, por exemplo. Quanto mais quente, mais mole e comprimível. Quanto mais frio, mais resistente. Para que ele mantenha a dureza, porém, precisa ficar em uma temperatura abaixo dos 15 ºC. Mas conseguimos mudar esses limites – o material pode ser ajustado para só se transformar em temperaturas muito baixas, de -45ºC, ou mais altas, de 65 ºC, por exemplo.
Que usos futuros você imagina para o material? Ele pode um dia ser usado para criar asas de avião que mudem de formato para melhorar sua performance durante o voo. Para viagens espaciais, também pode ser importante ter estruturas leves e compactas, mas que se transformam no espaço para formar estruturas grandes e resistentes… como um painel solar, por exemplo. Outra área de aplicação é a saúde: podemos criar pequenos implantes [como stents] bem mais confortáveis de inserir, já que podem ficar flexíveis até acharem o lugar certo onde se instalar no corpo.