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Cientistas criam técnica que transforma tijolos comuns em baterias

Processo envolve a dissolução em ácido de um mineral presente no bloco - e dá origem a um polímero condutor de energia elétrica.

Por Carolina Fioratti
12 ago 2020, 16h04

Ao falar em tijolos, logo lembramos das construções civis, afinal, esta é a aplicação mais comum do material. Mas essa concepção pode estar prestes a mudar. Pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, tornaram possível armazenar energia eficiente dentro desses blocos. 

A técnica, publicada na revista científica Nature Communications, usa como princípio básico o aquecimento dos tijolos no vapor de um composto ácido não especificado. Os tijolos possuem hematita, um óxido de ferro que dá ao bloco sua cor vermelha amarronzada característica. Quando o material é exposto ao ácido, a hematita é dissolvida. Então os pesquisadores adicionam algumas fibras condutoras e, ao final, surge como produto da reação o polímero 3,4-etilenodioxitiofeno, capaz de armazenar e conduzir eletricidade.

Os cientistas revestiram esse material com resina epóxi, capaz de deixar as superfícies impermeáveis. Depois disso, os pesquisadores juntaram os tijolos em pares, ligando-os através de uma fita de cobre, e ofereceram uma carga negativa e uma positiva a cada uma das partes através da interação com pequenas placas solares.

Para testar a bateria, os pesquisadores ligaram ao material uma luz de LED verde. Para manter a luz acesa por dez minutos e com apenas uma recarga, foram necessários três pares de tijolos. Os pesquisadores explicam que essas baterias teriam uma vida útil de dez mil cargas.

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Cientistas criam técnica que transforma tijolos comuns em baterias
Tijolos convertidos em bateria possibilitam ativação de luz LED verde. (The D’Arcy Laboratory in Washington University in St. Louis/Divulgação)

Ainda não se sabe se a aplicação dos tijolos-bateria na construção de paredes é possível. Os cientistas não realizaram testes para saber se a resistência do material se manteve mesmo após a dissolução da hematita. Por enquanto, sua aplicação seria útil apenas em pequenos eletrônicos que não requerem muita energia.

No futuro, os pesquisadores pretendem aumentar a capacidade de armazenamento dos tijolos. Dessa forma, eles poderiam ser integrados nas casas em conjunto com a energia solar, possibilitando a conexão de eletrônicos diretamente nas paredes. Além disso, seria possível conservar energia nestes tijolos para possíveis situações emergenciais, servindo como um enorme gerador. 

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