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Dia das Crianças: Revista em casa por 9,90

Como conquistar o coração do seu gato, segundo a ciência

Pesquisas recentes vêm desvendando como se forma o vínculo entre humanos e felinos, e também quais fatores fortalecem ou enfraquecem a relação.

Por Luiza Lopes
Atualizado em 22 set 2025, 18h08 - Publicado em 17 set 2025, 19h00

Eles têm fama de independentes, temperamentais e até frios, mas a ciência mostra que os gatos não são tão distantes quanto parecem. Pesquisas recentes vêm desvendando como se forma o vínculo entre humanos e felinos, e também quais fatores práticos fortalecem ou enfraquecem a relação.

A neurocientista Laura Elin Pigott, professora da London South Bank University, explica que a chave está na ocitocina, o chamado “hormônio do amor”. A substância, conhecida por aproximar mães e filhos e reforçar laços de amizade, também aparece quando humanos e gatos interagem. “A ocitocina desempenha um papel central na ligação social, na confiança e na regulação do estresse em muitos animais, incluindo os humanos”, escreveu Pigott em um artigo no The Conversation

Experimentos já mostraram que esse hormônio aumenta quando pessoas acariciam cães mas só mais recentemente ficou claro que o mesmo também ocorre na relação com gatos.

Estudos conduzidos no Japão em 2021 observaram que alguns minutos de carinho, com voz suave e toques gentis, foram o suficiente para elevar os níveis de ocitocina na saliva dos participantes humanos. Outro trabalho, em 2002, mostrou que o aumento do hormônio durante interações com felinos também reduzia o cortisol – o hormônio do estresse – ajudando a baixar a pressão arterial e até a dor. 

 

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Mais recentemente, em fevereiro deste ano, cientistas monitoraram donos e animais em casa e encontraram uma tendência parecida: quando os bichanos iniciam o contato, sentando no colo ou se encostando nos donos, a ocitocina aumentava em ambos.

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Já em situações forçadas, como abraços insistentes, os efeitos eram o oposto. Em gatos ansiosos, a ocitocina chegou a cair após esse tipo de interação. Esses resultados reforçam que, para os felinos, o vínculo depende de respeito ao espaço individual.

Sinais de afeto existem, mas são discretos. O piscar lento, conhecido como “sorriso felino”, indica segurança e confiança. O ronronar não é só terrivelmente fofo: ele também acalmar o animal e, nos humanos, reduz a frequência cardíaca e pressão.

Rabo erguido, batida de cabeça contra a perna ou esfregar o rosto nos donos também são gestos que demonstram reconhecimento e proximidade. Em alguns casos, o gato enrola a cauda na perna do tutor, gesto que especialistas comparam a um “abraço felino”.

As comparações com cães ajudam a entender as diferenças. Em um experimento de 2016, após dez minutos de brincadeira, cães apresentaram aumento médio de 57% na ocitocina, contra 12% em gatos.

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Gato - Um Deus Para Chamar de Seu

capa do livro com um gato em destaque em meio e uma vegetação alta.

A disparidade tem raízes evolutivas. Cães foram domesticados a partir de animais de matilha, programados para a convivência em grupo. Gatos descendem de caçadores solitários, que não precisavam de gestos sociais constantes para sobreviver. Por isso, sua confiança precisa ser conquistada aos poucos.

Essa conquista passa por escolhas práticas. Um estudo mostrou que interações iniciadas pelo gato tendem a ser mais bem-sucedidas do que as iniciadas pelo dono. Respeitar o tempo do animal, permitir que ele se aproxime primeiro e evitar toques em áreas sensíveis, como a base do rabo, aumentam as chances de criar uma experiência positiva.

Na dúvida sobre onde fazer carinho? O cafuné entre as orelhas ou sob o queixo costuma ser mais bem aceito.

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Brincadeiras também ajudam. Reservar ao menos duas sessões diárias de dez minutos para interações focadas – sem distrações como celular ou televisão – fortalece a amizade entre humanos e gatinhos. Brinquedos de caça e varinhas, que simulam presas, estimulam comportamentos naturais e reforçam o vínculo. O uso de petiscos é indicado para ampliar a motivação, mas em doses moderadas, para não comprometer a saúde do animal.

Outro fator importante é a rotina. Gatos são animais de hábitos e podem adoecer quando o ambiente muda de forma brusca. Horários regulares de alimentação, espaços seguros para descanso e esconderijos disponíveis transmitem previsibilidade e segurança. Um gato que se sente confortável no ambiente tende a se aproximar mais dos donos.

Os esconderijos, em especial, são essenciais. Estudos de comportamento mostram que oferecer caixas, tocas ou até espaços elevados para o gato se recolher reduz estresse e aumenta a confiança. Um animal que sabe ter onde se refugiar se sente mais seguro para buscar a companhia dos humanos quando quiser.

Além disso, sinais sutis de comportamento indicam o quanto o gato valoriza a relação. A batida de cabeça contra a perna ou a mão do dono é reservada a indivíduos de confiança. Rolar de barriga para cima demonstra vulnerabilidade, ainda que não seja um convite para carinho nessa região. Já o hábito de lamber a pele ou o cabelo do tutor imita o comportamento de higiene compartilhada observado entre gatos próximos.

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No fim, cada gato é diferente. Há animais naturalmente mais reservados e outros que buscam companhia constante. Observar suas preferências – um brinquedo específico, um local favorito da casa, um tipo de carinho – é o caminho mais seguro para entender como fortalecer a relação.

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