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Derretimento de geleiras pode desencadear erupções vulcânicas no mundo todo

Novo estudo mostrou que o fim da última era do gelo causou erupções mais frequentes e intensas entre vulcões da Patagônia.

Por Eduardo Lima
9 jul 2025, 19h00

O derretimento acelerado das geleiras, causado pelas mudanças climáticas, pode desencadear diversas erupções de vulcões. Esse aumento de atividade vulcânica, por sua vez, também pioraria a crise climática, num círculo vicioso de alteração do clima.

Centenas de vulcões potencialmente ativos na Antártida, Rússia, Nova Zelândia e América do Norte ficam debaixo de geleiras. Com o aquecimento do planeta e o derretimento dessas enormes massas de gelo, os ejetores de lava correm risco de ficar muito mais ativos.

A perda do gelo por cima desses vulcões dormentes diminui a pressão nas câmaras subterrâneas de magma, o que torna as erupções mais prováveis. Esse processo já tinha sido observado na Islândia, e agora foi estudado num passado próximo (que tem tudo a ver com nosso presente).

O estudo analisou a atividade de seis vulcões no sul do Chile no final da última era do gelo, que terminou há cerca de 12 mil anos. A pesquisa foi apresentada por cientistas, liderados por Pablo Moreno-Yaeger, da Universidade de Wisconsin em Madison, na Conferência Goldschmidt de 2025, especializada em geoquímica, e publicada no GSA Bulletin.

Repetindo o passado?

A pesquisa liderada por Moreno-Yaeger envolveu acampar na cordilheira dos Andes, entre vulcões ativos e adormecidos. A análise de uma das montanhas cuspidoras de fogo, chamada de Mocho-Choshuenco, contou com datação de isótopos radioativos para calcular a idade das rochas vulcânicas formadas antes, durante e depois da última era do gelo, quando uma camada de 1,5 km de gelo cobria a região.

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Os dados do estudo mostram que essa camada de gelo gigante ajudou a segurar as erupções do vulcão entre 28 mil e 16 mil anos atrás, criando um grande reservatório de magma de 10 km a 15 km abaixo da superfície. Quando o gelo começou a derreter, há cerca de 13 mil anos, a pressão na câmara de magma diminuiu, os gases se expandiram e erupções explosivas acompanharam o aumento de temperatura. É como abrir uma garrafa de refrigerante.

Atualmente, as geleiras do mundo estão derretendo mais rápido do que nunca na história registrada. Desde a virada do milênio, o mundo perdeu 5% de todo seu gelo. Outro estudo recente sugere que o limite de 1,5 °C de aquecimento estipulado pelo Acordo de Paris não é o suficiente para salvar as coberturas de gelo da Terra. Sem gelo, os vulcões adormecidos do planeta podem passar pelo mesmo fenômeno que aconteceu na Patagônia no fim da era do gelo.

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A área que corre mais risco de um aumento de erupções vulcânicas, de acordo com os pesquisadores, é o oeste da Antártida. Lá, pelo menos 100 vulcões estão escondidos debaixo do gelo grosso – que fica mais fino a cada ano, por causa do aumento da temperatura global causado pela queima de combustíveis fósseis.

Erupções vulcânicas até poderiam ajudar a deixar o clima do planeta mais ameno no curto prazo, jogando partículas que refletem a luz do Sol na atmosfera. Mas elas também jogariam vários gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO₂) e metano, que contribuem para o aquecimento global.

É um círculo vicioso de mudanças climáticas. Quanto mais quente, menos gelo e mais lava, e essa atividade vulcânica intensificada também colabora para aumentar a temperatura do planeta.

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