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Em 2020, Hemisfério Norte teve o verão mais quente já registrado

O trimestre de junho-julho-agosto foi também o terceiro mais quente em todo o mundo, mesmo com o inverno no Hemisfério Sul, segundo novo relatório climático.

Por Bruno Carbinatto
15 set 2020, 17h44

O Hemisfério Norte quebrou um novo recorde, mas não é motivo de comemoração: o verão registrado por lá foi o mais quente da história, segundo novos dados de cientistas americanos. Considerando o mundo como um todo, o período composto por junho, julho e agosto foi o terceiro trimestre mais quente já registrado.

São esses os resultados de um relatório produzido pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), agência ligada ao governo dos Estados Unidos. Analisando o período de verão no Hemisfério Norte, que vai de junho até agosto, os cientistas verificaram que a temperatura média foi 1,17º C mais quente que a média da mesma época no século 20. Isso fez do verão de 2020 o mais quente já registrado na região, ultrapassando os verões de 2016 e 2019, que estavam anteriormente empatados na primeira colocação.

Globalmente, os resultados também são de grande preocupação, especialmente porque incluem o Hemisfério Sul, que passa pelo inverno durante esse período e deveria balancear as temperaturas altas do norte. Mas isso não aconteceu: o mês de agosto de 2020 registrou uma temperatura média 0,94 ºC maior que a média do século 20, sendo o segundo agosto mais quente da história, atrás apenas de 2016. O trimestre junho-julho-agosto foi o terceiro mais quente já registrado.

No mundo, todos os 10 agostos mais quentes já registrados ocorreram a partir de 1988 – sendo que o top 5 aconteceu nos últimos 6 anos. Isso evidencia a tendência de aumento de temperaturas por causa do aquecimento global causado pela humanidade, segundo os cientistas. A equipe calculou que, com as temperaturas registradas até agora, o ano de 2020 quase certamente estará entre os cinco mais quentes da história.

No Hemisfério Sul, o trimestre junho-julho-agosto de 2020 foi o terceiro mais quente já registrado, atrás apenas de 2016 e 2019. Algumas regiões específicas tiveram seus recordes de temperatura quebrados neste ano, como em regiões do Norte e Nordeste do Brasil e do estado de São Paulo, além da Guiana Francesa.

As temperaturas anormalmente altas certamente tiveram impacto em fenômenos ambientais extremos, lembraram os cientistas. Estados da costa oeste dos Estados Unidos como Califórnia, Oregon e Washington, por exemplo, enfrentam uma onda de incêndios florestais sem precedentes que já deixaram dezenas de mortos e milhares de desabrigados. Por aqui não é muito diferente: grandes incêndios no Pantanal, e, em menor proporção, na Floresta Amazônica, estão ameaçando a fauna local como nunca antes. Embora essas e outra tragédias tenham causas naturais e antrópicas mistas, as variações climáticas interferem, permitindo que atinjam proporções gigantescas.

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