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Em caso de apocalipse nuclear, não use condicionador de cabelo

O cosmético faria partículas radioativas grudarem em sua cabeça. Por isso, é bom passar longe dele caso exista radiação por todo canto.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 21 dez 2020, 18h59 - Publicado em 16 ago 2017, 20h00

Estamos no ano de 2042. Estados Unidos e Coreia do Norte deixaram de lado as ameaças e iniciaram uma guerra atômica sem precedentes, que dizimou quase toda a população mundial. Para os corajosos sobreviventes, sobrou uma vida digna de cenário apocalíptico. Os recursos são escassos, crimes são frequentes e há no ar um inimigo invisível e implacável: a radiação. Durante seu banho semanal, você reflete sobre a vida e resolve hidratar a juba castigada. Pode ter sido seu último erro. Para durar mais tempo, seria indispensável que você evitasse ao máximo os condicionadores de cabelo.

Parece brincadeira, mas essa é uma das recomendações repassadas pela Secretaria de Defesa Civil de Guam aos seus cidadãos. Tudo por causa das ameaças que a ilhazinha do pacífico controlada pelos EUA sofreu recentemente. Para garantir que a população estivesse devidamente preparada para lidar com mísseis norte-coreanos cortando o céu, as autoridades elaboraram um verdadeiro manual de sobrevivência a desastres – nos moldes daquele criado pelo Departamento de Segurança Pública norte-americano.

Quando uma bomba explode, sua destruição devasta completamente a área. Prédios, carros, construções, fauna e flora: tudo vira, literalmente, pó. Esta poeira, quando combinada com os restos de plutônio e urânio que sofreram fissão, cria um resíduo radioativo perigoso. Tais partículas podem grudar na pele e no corpo, se você estiver passeando na região atingida na hora e no momento errado.

“Mas onde entra o condicionador livre de sulfato em que gastei uma nota?”, você deve estar se perguntando. O cosmético é capaz de facilitar esse efeito, permitindo que as pequenas partículas se alojem nas microfissuras dos cabelos humanos. É como se você passasse a carregar para cima e para baixo um capacete radioativo, bem pertinho do cérebro.

Lavar a cabeleira com sabão, detergente ou xampu – itens que talvez você arranje mais facilmente quando o mundo estiver acabando – daria conta de livrar seus cabelos desse efeito. Os condicionadores, no entanto, costumam trazer em sua composição elementos como polímeros e surfactantes catiônicos. Além de terem um nome complicado, eles também aprisionam os detritos radioativos nos fios, colando tudo como se fossem super-bonder.

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Perry Romanowski, químico da área de cosméticos, explicou à NPR que loções, tintas de cabelo ou outras alternativas muito oleosas podem ser consideradas inimigas mortais do pós-apocalipse. “Estes produtos ficam em contato com sua pele e podem atrair poeira e partículas radioativas que estão dispersas no ar. O que pode ser um problema”, completa.

Mas é claro, não adianta nada prestar atenção nas madeixas e deixar de lado outros cuidados básicos. Ficar próximo a áreas radioativas, onde as doses são mais altas, fará com que você sofra os efeitos mais diretamente. Mas isso é assunto para um outro momento – quem sabe, um guia de sobrevivência pós-apocalíptico da SUPER.

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