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Estudo brasileiro mostra características que podem deixar seu cachorro mais agressivo

Não é só a raça. Tipo de focinho, tamanho, sexo do dono e quantidade de caminhadas são alguns exemplos que podem influenciar no comportamento do seu cão.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 3 fev 2023, 10h33 - Publicado em 27 jan 2023, 18h48
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  • Comportamentos agressivos de cachorros geralmente são considerados como essencialmente negativos e indesejáveis, já que costumam ser associados a ataques e mordidas. Contudo, a agressividade é uma parte importante do desenvolvimento comportamental dos cães, e depende de diversos fatores.

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    Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a agressividade em cães não é algo ligado exclusivamente à raça do animal. Fatores como peso, tipo de focinho e até o sexo do dono podem influenciar o comportamento do seu cão.

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    A pesquisa foi feita com 665 cachorros de diferentes raças, incluindo vira-latas (sem raça definida). Os tutores dos animais responderam a três questionários online: dois elaborados pelos cientistas e um questionário padrão focado na agressividade, conhecido como C-BARQ (Canine Behavioral Assessment & Research Questionnaire), que foi adaptado por eles para o português.

    De acordo com o artigo, os resultados confirmam a hipótese de que o comportamento dos cachorros não é definido apenas pelo aprendizado ou pela genética – e sim moldado o tempo todo pelo meio ao redor do animal.

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    “Os resultados destacam algo que já estudamos há algum tempo: o comportamento surge da interação entre o animal e seu contexto”, disse Briseida de Resende, uma das autoras do artigo. “O ambiente e a relação dono-animal de estimação, bem como a morfologia, são fatores que influenciam como os animais de estimação interagem conosco e como interagimos com eles”.

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    Os questionários forneceram aos pesquisadores informações sobre características físicas do animal, seu ambiente, como era a relação com o seu dono e os comportamentos agressivos que apresentava. Cruzando esses dados, os pesquisadores encontraram algumas associações.

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    Cães que passeiam e brincam frequentemente com seus donos são menos agressivos não só com eles, mas também com estranhos. Ter participado de treinamentos também ajudou.

    Além disso, a ausência de agressão a estranhos era 73% mais provável quando o dono do cão era uma mulher. Já a probabilidade de agressão aos donos era 40% menor por parte de cachorros fêmeas do que dos machos.

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    As chances de agressividade contra o dono tendem a ser 79% maiores em cães braquicefálicos, ou seja, de focinho curto e achatado, do que nos mesocefálicos, cães de focinho médio.

    Uma possível explicação para isso é que a maioria dos cães de focinho curto são pequenos. Por causa disso, seus tutores não se incomodariam com ações como latir e rosnar, e não investiriam em adestramento – o contrário do que acontece com cães maiores, que podem assustar e por isso costumam ser mais treinados, reduzindo seus níveis de agressividade.

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    Os pesquisadores também descobriram que, quanto mais pesado o cão, menor era a possibilidade de agressividade contra seu tutor – mais especificamente, as chances de agressividade diminuíram 3% para cada quilo extra de massa corporal.

    Contudo, os cientistas chamam atenção para o fato de se tratar de uma “possibilidade”, e não uma obrigatoriedade de causa-efeito. “Encontramos relações, mas é impossível dizer o que vem primeiro. No caso do fator ‘passear com o cachorro’, por exemplo, pode ser que as pessoas levassem menos o cachorro porque o animal era agressivo, ou ele pode ter se tornado agressivo porque o dono não o levou para passear o suficiente”, afirmou Flávio Ayrosa, primeiro autor do estudo.

    “Características como peso, altura, morfologia do crânio, sexo e idade também influenciam a interação entre os cães e seu ambiente. Isso pode fazer com que o animal passe mais tempo em casa, por exemplo”, disse ele.

    A parte mais importante do estudo, segundo os próprios pesquisadores, é mostrar que o comportamento não é algo pré-definido, mas que surge durante o desenvolvimento e parte das características dos cachorros e das pessoas que interagem com eles. 

    “O estudo é um tijolinho compondo a construção de um pensamento científico que defende que o comportamento do cão, e também de qualquer outro organismo, emerge da interação entre o indivíduo e o ambiente social e físico: não está programado, embora esteja restrito justamente por estes aspectos físicos e sociais,” afirma Resende.

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