Nasa lançará quatro missões em 2022 para investigar clima da Terra
Diferentes satélites irão ao espaço para colaborar com previsões meteorológicas e com a compreensão de mudanças climáticas. Confira.
Em 2022, a Nasa lançará quatro missões para investigar sistemas e fenômenos climáticos da Terra. Diferentes satélites serão lançados ao espaço para orbitar o planeta e enviar dados aos cientistas sobre o solo, o ar e os oceanos, colaborando para previsões meteorológicas e para a compreensão de mudanças climáticas.
Tropics
Ciclones tropicais deixam um rastro de destruição por onde passam, mas previsões meteorológicas são capazes de diminuir o estrago – e salvar vidas. A missão Tropics foi planejada tendo isso em vista, e promete fornecer dados aos cientistas com mais frequência do que os satélites meteorológicos atuais.
A missão prevê o lançamento de seis satélites chamados CubeSats, do tamanho de um pãozinho, que viajarão em pares ao redor do planeta em três planos orbitais diferentes. Eles vão trabalhar em conjunto, fazendo medições de micro-ondas, a cada 50 minutos, sobre a precipitação, temperatura e umidade de tempestades.
A ideia é que os minissatélites ajudem os cientistas a investigar os fatores que impulsionam os ciclones e melhorem as previsões desses fenômenos. O primeiro CubeSat foi ao espaço em junho de 2021, e a expectativa é que a Nasa conclua o lançamento dos satélites até julho de 2022.
EMIT
A missão EMIT promete dar conta de uma lacuna existente em nosso conhecimento sobre… poeira. Você não leu errado: partículas de poeira mineral são parte importante do clima da Terra. Elas vêm principalmente de regiões desérticas e são transportadas com o vento, atravessando oceanos e viajando de um lado para o outro na superfície do planeta.
Além de afetar a qualidade do ar e a saúde das pessoas, a poeira influencia diretamente na temperatura da atmosfera. Isso acontece porque partículas de diferentes materiais absorvem energia de maneiras diferentes. Minerais mais escuros, como ferro, absorvem mais calor proveniente do Sol e aquecem o ambiente que ocupam.
A EMIT se baseia em um instrumento chamado espectrômetro, capaz de detectar a luz em diferentes comprimentos de onda. Imagine que a luz refletida pelas partículas de poeira tem uma assinatura diferente conforme a composição mineral. A EMIT poderá identificar essas assinaturas e mapear a poeira presente na atmosfera terrestre, estimando sua composição e suas origens, para que os cientistas sejam capazes de investigar seu impacto no clima.
JPSS
O conjunto de satélites JPSS (Joint Polar Satellite System) da Nasa circula o planeta do Polo Norte ao Polo Sul, fazendo medições sobre a temperatura e a umidade da atmosfera terrestre, além das temperaturas da superfície do oceano.
Há dois satélites JPSS em órbita atualmente (chamados Suomi-NPP e NOAA-20), fornecendo dados e imagens que colaboram para sistemas de previsão do tempo. A missão é ampla e informa sobre fenômenos climáticos diversos, como inundações, poluição ou incêndios florestais.
Em 2022, um terceiro satélite, chamado JPSS-2, será lançado ao espaço, e outros três irão nos próximos anos, fornecendo dados meteorológicos até 2030.
SWOT
A missão SWOT (Surface Water and Ocean Topography) é uma parceria da Nasa com a agência espacial francesa Centre National d’Etudes Spatiales e promete ajudar os cientistas a mensurar a quantidade de água que os oceanos, lagos e rios da Terra contêm.
Ela se baseia em um satélite que será lançado em novembro deste ano e vai refletir pulsos de radar em superfícies de água e receber os sinais de retorno com duas antenas ao mesmo tempo. A partir dessa técnica, os cientistas poderão calcular a altura da água e rastrear mudanças no nível dos mares ou monitorar o fluxo de rios, por exemplo.
A ideia é que a missão ajude na compreensão dos efeitos das mudanças climáticas nas águas do planeta, além de entender a capacidade dos oceanos de absorver calor e os gases do efeito estufa.