Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O conhecimento científico está ameaçando as girafas de extinção

Novos dados sobre como as girafas se organizam em grupo mostram que ainda entendemos pouco sobre elas – e que isso é perigoso para a manutenção das espécies

Por Ingrid Luisa
21 Maio 2018, 17h30

A girafa é um dos animais preferidos da criançada. Com pescoço enorme e pele pintada, personagens como Melman, do filme Madagascar, são muito populares. Nos zoológicos, o spot delas é sempre lotado. Mas parece que esse fascínio não contagiou os cientistas. Uma pesquisa da Universidade de Bistrol com populações de girafas no Quênia mostra o quão pouco se sabe sobre essas populações – o que é prejudicial para a preservação da espécie.

Entre os estudiosos de mamíferos, assume-se que o tamanho dos grupos de animais aumenta quando há risco de predação por perto, pois isso reduz as chances de inimigos atacarem. Mas a pesquisa de Bristol revela que isso não é verdade para girafas: analisando dois grupos de girafas rothschild, um dels ocupando uma área cercada por leões e outro numa região sem predadores, descobriu-se que a proximidade de um predador não influenciou no tamanho do grupo. A população próxima aos leões, inclusive, era menor que a outra, em vez de maior.

“Isso é surpreendente, e destaca o quão pouco sabemos sobre os aspectos mais básicos do comportamento das girafas”, diz Zoe Muller, uma das autoras do estudo. A pesquisa constatou que fatores como tipo de habitat e características dos indivíduos do grupo (quantidade de fêmeas, macho e filhotes) exercem uma influência bem maior no seu número de componentes do que a presença de predadores.

Outra crença é a de que girafas fêmeas formam grandes grupos para cuidar de seus filhotes. O estudo, porém, mostra exatamente o contrário: todas as fêmeas adultas com filhotes se encontravam em grupos pequenos.

A grande questão sobre essas novas informações é que o desconhecimento sobre as especificidades do modo de vida das girafas tem prejudicado sua preservação. Atualmente, estima-se que existam apenas 98 mil indivíduos em estado selvagem. Por isso, girafas estão classificadas como “vulneráveis” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação (IUCN).

Continua após a publicidade

“Apesar de sua proeminência, as girafas foram significativamente menos estudadas em comparação com outros mamíferos africanos ‘carismáticos’. O equívoco comum é que as girafas estão ‘em toda parte’ na África, mas pesquisa recentes mostraram a natureza fragmentada e um rápido declínio de suas populações”, diz Muller. Usar métodos para proteger outros grandes animais africanos não funciona com as pescoçudas. A pesquisadora acrescenta que é difícil gerenciar e conservar as populações com precisão sem entender exatamente seu comportamento, e, por incrível que pareça, essa compreensão só está se estabelecendo agora.

Para o futuro, os cientistas pretendem replicar esse estudo em outras áreas da África que abrigam girafas. Os atuais resultados falam sobre populações da África Oriental. Quando se souber exatamente a forma com que as girafas relacionam habitat, variáveis ambientais e relações sociais em grupo, medidas eficazes de conservação desses animais serão mais viáveis.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.