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O grande fantasma, infarto

O coração agüenta muita coisa, mas tem limites. Quando a agressão é muita, ele pode entrar em colapso. É o infarto.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h38 - Publicado em 31 Maio 1998, 22h00

Xavier Bartaburu

Primeiro vem a dor no peito, forte, profunda, como se o coração estivesse sendo espremido. E a dor não pára. Irradia-se para os braços, o pescoço e o queixo. Então vem a falta de ar, a tontura e o suor frio. Os sintomas não enganam. É um infarto.

Todos os anos, 200 000 brasileiros morrem de infarto, a mais temida de todas as doenças do coração. Suas causas são conhecidas: estresse, hábitos sedentários, obesidade, cigarro e comida com excesso de gordura. O problema é a demora para tomar as devidas precauções. Segundo o cardiologista Maurício Wajngarten, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, cada um é responsável pelo próprio coração. “O paciente é o maior acionista nesse negócio”, diz.

Quando a prevenção falha, a Medicina conta com poderosos recursos para salvar o infartado. As chances de sobrevivência depois do primeiro ataque cardíaco aumentaram de 50% para 95% nos últimos trinta anos, desde que os remédios sejam ministrados nas primeiras seis horas. Mas é melhor não bobear.

 

 

O infarto é a doença cardiovascular que mais assusta. É preciso, no entanto, ficar de olho em outras como a hipertensão arterial, a arteriosclerose e a insuficiência cardíaca.

Quem sabe é super

A aspirina não só tira dor de cabeça. Ela é boa para o coração também. Como inibe a formação de coágulos no sangue, reduz o risco de infarto. Uma aspirina a cada dois dias é uma boa forma de ajudar a prevenir um ataque cardíaco.

 

Uma vez só, cedo e fulminante

Juventude potencializa os efeitos de um infarto

A morte do deputado Luís Eduardo Magalhães, no dia 21 de abril de 1998, chamou a atenção, de uma forma trágica, para a alta incidência de doenças cardíacas em pacientes relativamente jovens. Um terço das mortes por infarto no Brasil ocorre antes dos 55 anos. O descaso com a saúde faz com que as vítimas sejam cada vez mais jovens.

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Luís Eduardo Magalhães, líder do governo na Câmara dos Deputados, tinha 43 anos. Fumava três maços de cigarro por dia, era hipertenso, vivia sob estresse, dormia pouco e, para piorar, tinha predisposição genética a doenças cardíacas. O excesso de exercícios físicos precipitou o ataque. Nessa faixa etária, o infarto costuma ser fulminante, porque o coração ainda não desenvolveu uma rede colateral de artérias, que se forma junto com o entupimento das coronárias. Esses vasos sangüíneos diluem, até certo ponto, o impacto do infarto, o que pode salvar a vida dos pacientes cardíacos mais idosos.

É errado supor que só os homens devem se preocupar com o infarto. É verdade que, até os 50 anos, aproximadamente, são raros os ataques cardíacos em mulheres. Com a menopausa, no entanto, diminui a produção de estrógeno, hormônio feminino que protege o coração. A maior participação das mulheres no mercado de trabalho eleva o estresse entre elas – e também os riscos de sofrer um infarto.

 

 

Cano entupido

O ataque, passo a passo

O que acontece em um infarto é tão simples quanto terrível.

O coração morre. De repente, o músculo cardíaco, ou miocárdio, deixa de receber sangue, em conseqüência de um entupimento das artérias coronárias, e uma parte de seu tecido morre. O ataque é súbito, mas a origem é antiga.

É um processo que leva anos. A gordura vai se acumulando na parede interna das artérias, até que um dia consegue interromper o fluxo sangüíneo.

A gravidade do infarto depende do tamanho da área atingida.

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Se o bloqueio acontecer em uma das principais artérias, o atendimento médico tem de ser urgente.

Do contrário, é morte certa. 

1. O excesso de colesterol leva à formação de placas de gordura (ateromas) na parede das artérias coronárias.

2. O sangue flui cada vez mais devagar com o engrossamento da placa. O coração sente a pouca irrigação sob forma de uma dor, a angina.

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3. A placa quebra e, para cobrir a ferida, as plaquetas acodem para formar um coágulo de sangue (trombo).

4. É o coágulo o responsável pela total obstrução da artéria. O sangue, aprisionado, deixa de irrigar o miocárdio.

 

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