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O Pica-Pau original integra lista de 23 espécies provavelmente extintas

O pica-pau-bico-de-marfim, que serviu de inspiração para o famoso pássaro dos desenhos de Walter Lantz, não é observado na natureza desde 1944.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 30 set 2021, 20h29 - Publicado em 30 set 2021, 20h04
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  • A Lei das Espécies Ameaçadas (ESA, sigla em inglês), foi aprovada no Congresso americano em 1973. Como o nome sugere, ela foi criada para proteger e recuperar espécies ameaçadas de extinção e também os ecossistemas em que elas vivem. Desde que entrou em vigor, 54 espécies dos EUA recuperaram suas populações e foram tiradas da lista de ameaçadas de extinção. 

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    Outras 23 espécies devem deixar a lista em breve, mas não pelos mesmos motivos. Nesta quarta-feira (29), o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, um dos órgãos responsáveis pela aplicação da ESA, recomendou que 11 pássaros, oito mexilhões de água doce, dois peixes, um morcego e uma planta sejam considerados extintos, já que não são vistos pelo menos desde a década de 1980. 

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    Alguns pesquisadores receberam a notícia com preocupação. Isso porque, com a retirada no nome da lista, as autoridades deixam de procurar pela espécie. Ou seja: caso ainda haja alguns exemplares desses seres vivos por aí, eles dificilmente serão encontrados. E aí, qualquer esperança de salvá-los desaparece. 

    Apesar dos cientistas considerarem que ainda é cedo para cravar a extinção, o objetivo do órgão é liberar recursos para investir na conservação de outras espécies que apresentam chances bem mais realistas de recuperação. De toda forma, o comunicado do Serviço de Pesca e Vida Selvagem é só um primeiro aviso, e permanecerá aberto a comentários públicos pelos próximos dois meses. A decisão final deve ser publicada em 29 de dezembro.

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    Entre as espécies da lista, uma chamou mais atenção: o pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus melanoleucos), que serviu de inspiração para o desenho Pica-Pau, criado em 1940 por Walter Lantz.

    A espécie foi oficialmente vista pela última vez em 1944, no nordeste da Louisiana. Alguns ornitólogos relataram ter visto a ave em 2005, no leste do Arkansas, mas a história não foi confirmada. Estes animais viviam, principalmente, nos pântanos do sudeste americano, mas desapareceram à medida que seus habitats foram  desmatados. 

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    Onze das espécies citadas pelo órgão americano viviam no Havaí e outras ilhas do Pacífica. Elas foram prejudicadas pela introdução de animais estranhos nestes ecossistemas. Os porcos e cabras, por exemplo, acabam pisoteando e comendo as florestas nativas, enquanto os ratos atacam pássaros e morcegos locais. Há ainda os mosquitos causadores da malária aviária, que chegaram junto dos humanos em navios no século 19 e passaram a infectar pássaros da região.

    A ação humana está ligada a extinção de todos as espécies da lista, seja por causa da extração de madeira, da poluição da água ou da caça ilegal. Sem falar nas mudanças climáticas, que geram períodos de seca incomum, inundações, incêndios florestais e outros fenômenos extremos que dificultam a manutenção de ecossistemas.  Esta é uma tendência: animais e plantas vão sumir antes mesmo de serem descobertas ou identificadas formalmente – uma grande perda para o estudo da história evolutiva do planeta.

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