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Pela primeira vez, astrônomos observam explosão em estrela que não é o Sol

Nova pesquisa confirma ejeções de massa coronal partindo de uma estrela anão vermelha e levanta dúvidas sobre a habitabilidade de mundos fora do Sistema Solar.

Por Manuela Mourão
12 nov 2025, 19h00

Em uma nova descoberta, astrônomos europeus confirmaram pela primeira vez uma explosão de material lançado ao espaço por outra estrela que não o Sol – um evento tão poderoso que poderia arrancar a atmosfera de planetas inteiros em sua vizinhança.

Utilizando o observatório espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), em conjunto com o radiotelescópio LOFAR, pesquisadores detectaram uma ejeção de massa coronal (CME) proveniente de uma anã vermelha a cerca de 40 anos-luz da Terra. Esse tipo de erupção, comum em nosso Sol, nunca havia sido observada com clareza em outra estrela.

As ejeções de massa coronal são explosões de plasma e radiação que se propagam pelo espaço a velocidades extremas. No caso observado, a nuvem de matéria viajou a cerca de 2.400 quilômetros por segundo, um ritmo raríssimo até mesmo para o Sol, de onde as ejeções variam de menos de 250 km/s a quase 3.000 km/s. Segundo os pesquisadores, o evento foi intenso o bastante para destruir completamente as atmosferas de planetas próximos, tornando-os inabitáveis.

“Os astrônomos queriam detectar uma Ejeção de Massa Coronal (EMC) em outra estrela há décadas”, diz Joe Callingham, do Instituto Holandês de Radioastronomia (ASTRON), autor da nova pesquisa publicada na revista Nature, em comunicado. “Descobertas anteriores inferiram que elas existiam ou sugeriram sua presença, mas não confirmaram definitivamente que o material havia escapado para o espaço. Agora, conseguimos fazer isso pela primeira vez.”

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A estrela em questão é uma anã vermelha – menor, mais fria e magneticamente mais ativa que o Sol. Embora pareçam tranquilas, essas estrelas escondem uma natureza violenta: giram cerca de 20 vezes mais rápido e possuem campos magnéticos até 300 vezes mais fortes. Como a maioria dos exoplanetas conhecidos orbita estrelas desse tipo, a descoberta levanta dúvidas sobre a possibilidade de vida nesses mundos.

Para os pesquisadores, planetas em zonas habitáveis podem, na verdade, ser mundos mortos, bombardeados por explosões como essa.

“Não estamos mais limitados a extrapolar nossa compreensão das Ejeções de Massa Coronal (EMC) do Sol para outras estrelas. Parece que o clima espacial intenso pode ser ainda mais extremo ao redor de estrelas menores – as principais hospedeiras de exoplanetas potencialmente habitáveis”, disse Henrik Eklund, pesquisador da ESA, em comunicado. “Isso tem implicações importantes para a forma como esses planetas mantêm suas atmosferas e possivelmente permanecem habitáveis ​​ao longo do tempo.”

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A detecção foi possível graças a uma colaboração internacional entre astrônomos e engenheiros. O LOFAR captou um breve e intenso pulso de ondas de rádio – o eco da explosão – enquanto o XMM-Newton mediu o brilho em raios X, ajudando a reconstruir o evento em detalhe. “Nenhum dos telescópios, isoladamente, teria sido capaz de confirmar o fenômeno”, afirmou David Konijn, coautor do estudo.

Além de suas implicações para a busca de vida extraterrestre, o achado promete abrir uma nova janela para o estudo do “clima espacial interestelar” – o conjunto de tempestades e radiações que moldam a evolução de sistemas planetários inteiros.

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