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Pela primeira vez, pesquisadores reconstroem clima da “ponte terrestre” de Bering

Estudo mostra que a paisagem era formada por muitos rios e canais, o que pode ter impedido algumas espécies de transitar entre a América e Eurásia

Por Victor Bianchin
Atualizado em 16 dez 2024, 18h54 - Publicado em 14 dez 2024, 16h00

Por muitos anos, acreditou-se que o pedaço de terra que se formou entre a Sibéria (Rússia) e o Alasca (EUA) durante a Era do Gelo tinha um aspecto gramado e árido, como as estepes de hoje. Mas isso levantava uma questão: se a paisagem era assim tão amigável, por que alguns animais atravessaram da Eurásia para a América e outros não?

Agora, os cientistas podem ter a resposta: a “ponte” formada no estreito de Bering, na verdade, era um pântano cheio de rios. A descoberta foi anunciada no encontro anual da União Americana de Geofísica, a partir de uma pesquisa liderada pela geóloga Sarah Fowell, da Universidade do Alasca Fairbanks. Ela e sua equipe extraíram sedimentos do leito do Mar de Bering, o corpo dágua que fica ao norte do Pacífico, onde está o estreito de Bering. Com esses sedimentos, eles reconstituíram a vegetação e o clima por ali durante a última era do gelo, entre 36 mil e 11 mil anos atrás.

É a primeira vez que um estudo desse tipo é feito. O mar no estreito de Bering é revolto, o que dificulta qualquer tipo de pesquisa na região.

“Estávamos procurando por vários lagos grandes”, disse Fowell em um comunicado à imprensa. “Mas o que achamos foi evidência de vários lagos pequenos e canais fluviais”, contou. Os cientistas também encontraram pólen, pequenos fósseis, DNA antigo e matéria orgânica no leito marítimo. O pólen e os fósseis indicam a presença de árvores e musgos. Também foram encontrados restos de ovos de crustáceos do gênero Daphnia, que são de água doce.

Durante a última era do gelo, o nível do mar estava 122 metros abaixo do que é hoje. Portanto, boa parte do Mar de Bering era terra, o que permitiu a passagem de várias espécies de um lado para o outro. Até agora, acreditava-se que o aspecto de estepes teria sido predominante ali, a exemplo de como são hoje o Alasca e a Sibéria. Mas o novo estudo mostra que ali havia um sistema de paisagens mais próximo do que é visto no interior do continente.

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Esse terreno pantanoso teria sido ótimo para algumas espécies, como pássaros, mas também há evidências de que grandes mamíferos passaram por ali, como mamutes, bisões e cavalos. Essas espécies teriam aproveitado as áreas mais elevadas e secas da passagem. No entanto, o ambiente acabou não atraindo algumas espécies, como o rinoceronte-lanudo (que permaneceu na Eurásia), e o urso-de-cara-achatada e o camelo americano (que ficaram na América)

“A paisagem úmida e aquosa pode ter sido uma barreira para algumas espécies, ou também um caminho para espécies que viajam pela água”, afirmou a geóloga Jenna Hill, que fez parte da expedição.

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