Mariana Freire
Os médicos não têm dúvida de que, mais dia menos dia, surgirá uma pílula anticoncepcional para o homem tão prática e eficiente quanto a feminina. No fundo trata-se apenas de controlar a produção dos hormônios sexuais, mas a ciência está levando um baile do cupido. A idéia mais cotada tem sido dar aos homens doses adicionais de testosterona, o que deveria reduzir a produção de esperma. Só que o tratamento nunca funcionou em mais de 97% dos casais testados – e a meta nesse caso tem de ser 100%, ou nada feito. A saída foi recomeçar do zero e, ano passado, uma equipe da Universidade de Edimburgo, na Escócia, empregou o hormônio sexual progestina, que também se mostraram capazes de inibir a formação de esperma. Só que a animação dos pesquisadores não durou muito, afirma o médico David Baird, líder da equipe, porque detectou-se redução da libido, ou de desejo sexual, nos participantes das experiências. Aí, não dá. David diz que vai levar pelo menos mais cinco anos para a pílula masculina desembarcar nas farmácias.