Polvo de estimação põe ovos e família acaba criando 50 bebês com tentáculos
O caso inusitado aconteceu em Oklahoma, nos EUA, com um animal que se pensava ser macho. A família está cuidando dos filhotes e vai doá-los para universidades ou aquários.
Não um cachorro, não um gatinho, nem um hamster. Uma família nos Estados Unidos pensou que o melhor bichinho de estimação para seu filho de nove anos era um polvo. Depois de comprar o bicho, eles descobriram que a fêmea estava “grávida” de 50 filhotes – e agora estão caçando aquários para criar os bebês.
Cal Clifford é um menino de uma cidade rural do estado de Oklahoma que sonhava em ter um polvo como animal de estimação. Segundo seus pais, o fascínio da criança por biologia marinha começou cedo, e o animal com tentáculos era seu favorito: ele tem polvos de brinquedo, pediu festas de aniversário com o tema polvo e até se fantasiou como o animal no Halloween.
Desde que ele tinha dois anos de idade, em todos os aniversários e natais, Cal tinha apenas um pedido: um polvo de estimação. No seu aniversário de nove anos, Cameron Clifford finalmente concedeu o desejo de seu filho.
A família tomou os devidos cuidados para receber o novo mascote: comprou um aquário novinho com o tratamento de água adequado. Terrance, como Cal batizaria o polvo de estimação, é um macho da espécie Octopus bimaculoides, também chamada de polvo-da-califórnia, que chegou pelo correio, dentro de um saquinho com água em uma caixa de papelão.
Ou era isso que a família Clifford achava. Terrance, na verdade, era uma fêmea. Ela estava carregada de ovos, e agora seu tanque era um berçário.
A gestação pode parecer um evento banal, mas é motivo de preocupação. Polvos acasalam apenas uma vez na vida – o macho morre logo após inseminar a fêmea, e a fêmea muitas vezes morre de fome ou exaustão. Enquanto cuida dos ovos, ela para de comer e, muitas vezes, se automutila.
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A família cuidou de Terrance e a alimentou enquanto a mãe preocupada protegia as crias. Eles não consideraram a possibilidade dos ovos estarem fecundados, já que Terrance não havia estado perto de nenhum macho nas últimas semanas. Até que veio a parte dois da surpresa: os bebês eclodiram.
Cameron estava limpando o tanque quando viu um dos ovos flutuando e foi inspecionar o item com mais cuidado. “Eu acidentalmente o estourei, uma espécie de gota saiu, estendeu esses minúsculos tentáculos e deu três braçadas na minha frente”, disse ele ao The New York Times. “Foi absolutamente chocante.”
Depois do primeiro, vieram outros 49 filhotes. A teoria é de que Terrance tenha acasalado em seu habitat natural, na costa da Califórnia, antes de ser capturada por um mergulhador. Os bebês vieram atrasados porque polvos podem segurar os ovos fecundados consigo até encontrarem um ambiente seguro e propício para a sobrevivência da prole.
Depois do nascimento, começou a briga da família para cuidar dos bebês. A missão de mantê-los vivos tem sido complexa, longa e cara. Clifford estima que os gastos com recipientes individuais para os filhotes, tanques especiais, equipamentos de filtragem e comida tenham custado à família quase tanto quanto um carro usado.
Apesar dos gastos, a aventura também tem sido uma alegria. Cameron Clifford tinha uma vida tranquila como dentista até viralizar no TikTok com vídeos narrando a saga dos polvinhos para milhões de espectadores.
@doctoktopus Ii guess its Top Ramen for the rest of us 🍜 #octopus #marinebiology #shrimpdaddy #saltwateraquarium #fyp #cephalopod #petoctopus #saltwatertank #octomom #mom ♬ Elevator Music – Bohoman
Dos 50 nascidos, apenas 23 sobreviveram. Isso é normal: mesmo em condições naturais, poucos filhotes chegam até a idade adulta.
Agora, o objetivo da família é encontrar uma casa para cada um deles – e nada de pets, eles preferem deixar os polvinhos com pesquisadores ou aquários interessados. Terrance está bem e continuará sendo mascote da família Clifford.
Vale lembrar que manter animais selvagens como pets não é brincadeira, especialmente no caso de espécies marinhas, que exigem aquários de água salgada cuja manutenção é complexa. Ainda que alguns bichos sejam permitidos (algo que muda conforme a legislação ambiental de cada país), o mais sensato é mesmo deixá-los na natureza.