Por que a gente sonha?
A resposta mais direta, que você pode usar para explicar aos seus filhos: a gente sonha para conseguir armazenar memória.
Só porque sonhamos somos capazes de aprender com as experiências vividas. Memórias podem ser comparadas a gavetas em que são guardadas as emoções. À noite, durante o sono, elas são abertas e organizadas. Só ficam as que importam. As que não importam são descartadas.
É durante uma fase do sono chamada REM (sigla em inglês para movimento rápido dos olhos) que acontecem os sonhos mais intensos. “Nessa fase é como se o sono fosse inundado e modificado pelas emoções”, explica Daniela Ceron-Litvoc, da Faculdade de Medicina da Santa Casa. Durante o REM, é muito difícil acordar quem está dormindo. O corpo fica mole, mas a atividade cerebral é intensa. Tão intensa que se assemelha à atividade de quando se está acordado.
Segundo as suspeitas de alguns cientistas, essa atividade mental noturna é crucial para a preservação da espécie porque ela permite reter conhecimento. Não sonhar significaria baixa capacidade intelectual, o que nos manteria nas cavernas até hoje.
Mas não se assuste se você – acha que – não sonha. A gente só se lembra dos sonhos se desperta, no máximo, 10 minutos depois de ele acabar. É por isso que quem acorda várias vezes durante a noite costuma ter a sensação de que sonha muito. É também por isso que quase sempre nos lembramos dos pesadelos: sonhos incômodos ou assustadores costumam nos despertar, mesmo que em pouco tempo voltemos a dormir.
O contexto em que estamos inseridos é capaz de influenciar o enredo dos nossos sonhos. Momentos de tensão, sofrimento emocional e mesmo físico podem fazer com que o sonho contenha coisas ruins. “Refletir sobre o que foi sonhado pode nos ajudar a ter mais consciência dos sentimentos vividos e auxiliar na busca por maior equilíbrio emocional”, pondera Daniela.
Raio X do sono
O sono é dividido em quatro fases, que têm durações diferentes e se repetem quatro a seis vezes por noite

1. SONO LEVE
É o estágio do adormecimento, caracterizado por aquela sonolência que sentimos logo após deitar. As ondas cerebrais funcionam a um ritmo 70% menor do que a atividade quando estamos acordados.
2. SONO MÉDIO
A temperatura corporal e os ritmos cardíaco e respiratório diminuem. As ondas desaceleram mais ainda. Estado semelhante ao meditativo.
3. SONO PROFUNDO
É o momento em que o corpo se recupera do cansaço diário. Fundamental para a liberação dos hormônios relacionados ao crescimento. O cérebro está lento: estamos muito distantes do estado de consciência.
4. REM
Cérebro desperta e volta a ficar muito ativo: os músculos ficam paralisados, enquanto as batidas do coração voltam a aumentar. A mente faz uma espécie de faxina geral na memória: é durante essa fase que a gente sonha. Bebês e crianças têm uma proporção maior de sono REM. Recém-nascidos chegam a passar 70% do sono nessa fase.
SIGMUND FREUD
Foi um médico austríaco que dedicou sua vida a entender os mistérios da mente. No livro A Interpretação dos Sonhos, publicado na virada para o século 20, Freud estabeleceu as bases da psicanálise e apresentou suas ideias inéditas sobre os processos inconscientes envolvidos nos sonhos.
Vídeo de lobo selvagem roubando armadilha pode ser primeiro registro de uso de ferramentas na espécie
Estudo sugere que pombos percebem o campo magnético da Terra pelos ouvidos
Seu nome está no ranking? Saiba como explorar a nova plataforma Nomes do Brasil
Últimas ararinhas-azuis da natureza são diagnosticadas com vírus letal – comprometendo o futuro da espécie
“Adolescência” pode ir até os 32 anos, indica estudo que descreve cinco fases do cérebro







