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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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As ilhas de lixo no meio do oceano

Método turbinado de limpeza promete um respiro para os mares. Mas sem uma virada de chave nas tecnologias de reciclagem, nenhum esforço bastará.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 dez 2022, 17h32

Uma sacola de plástico leva 20 anos para se decompor. Um canudo, 200 anos. Uma garrafinha de água, 450. Ou seja: se usassem garrafas plásticas no século 16, ainda haveria algo delas por aí. Provavelmente no mar.

Toneladas de plástico desembocam nos oceanos, chegando pelos rios. Daí em diante, seguem de carona nas correntes marítimas, e se acumulam nos “giros” – pontos de encontro nos quais a água se movimenta em círculo. Há dois grandes giros no Atlântico, dois no Pacífico e um no Índico. Todos acumulam uma certa quantidade de lixo.

O caso mais grave é o do Giro do Pacífico Norte, “alimentado” pelos dejetos do sudeste asiático e dos Estados Unidos. Ao longo das últimas décadas formou-se ali a Grande Porção de Lixo do Pacífico (GPGP, na sigla em inglês). Trata-se de uma ilha de objetos plásticos do tamanho do estado do Amazonas (1,6 milhão de km²). 

De acordo com a ONG holandesa The Ocean Cleanup, que une cientistas a fim de resolver essa questão, são 80 mil toneladas de plástico ali, o equivalente a 500 Boeings 747. Um estorvo para a vida marinha.

E para a vida terrestre também. Ao longo da decomposição, as sacolas e garrafas degradam-se em “microplásticos” – partículas invisíveis que acabam ingeridas por peixes, e a partir daí entram na cadeia alimentar. Estima-se que cada pessoa já consuma o equivalente a um cartão de crédito em microplásticos por semana (eles chegam pelo ar também). Não há um consenso sobre os efeitos disso para a saúde, mas o certo é que a humanidade está brincando com fogo. E que precisamos encontrar soluções enquanto é tempo.

Uma delas é limpar os lixões dos giros. A The Ocean Cleanup testa um método simples, mas eficaz, desde 2021 na GPGP: arrastar uma rede de 1,6 km de extensão e quatro metros de profundidade puxada por barcos, lixão adentro. Durante os experimentos, recolheram 101 toneladas de plásticos – e mandaram para reciclagem. É pouco. Mas mostra que, com uma frota suficientemente grande de redes, trabalhando sem parar, dá para mitigar o estrago. 

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Agora eles planejam colocar em prática uma versão turbinada, com 2,5 km de rede. Isso amplia a área total de arrasto de 6.400 m² para 10.000 m². Assim dá para capturar mais lixo a cada operação, baixando o custo da empreitada. Segundo a ONG, frotas de 10 redes de 2,5 km bastariam para limpar cada um dos cinco lixões oceânicos, versus 50 das de 1,6 km.

O problema: nem todo plástico pode ser reciclado. E mesmo os que podem se tornam lixo puro após alguns ciclos. Como extinguir o uso de plásticos ainda é uma utopia, a chave está na busca por novas tecnologias de reciclagem – e elas estão chegando. É o que mostram o editor Bruno Garattoni e o repórter Tiago Cordeiro em nossa matéria de capa – uma reportagem de fôlego e multidisciplinar, que mescla saúde, química e engenharia de forma tão suave quanto profunda. Mergulha lá.

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