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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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“Star Wars Outlaws” está à altura do hype – e consegue ir um pouco além

Primeiro game de mundo aberto da franquia tem cenários detalhados, missões envolventes e história com múltiplas linhas narrativas; leia review

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Atualizado em 26 ago 2024, 16h18 - Publicado em 26 ago 2024, 16h00

Chega a ser difícil de acreditar, dada a popularidade dos jogos de mundo aberto, que até hoje a saga Star Wars não tenha ganho nenhum. Mas é verdade. Os títulos que mais se aproximaram disso, Jedi: Fallen Order (2019) e Jedi Survivor (2023), eram “semi-abertos” – você podia explorar um pouco alguns cenários, mas a progressão era linear na maior parte do tempo.

Agora, isso finalmente mudou: Star Wars Outlaws, que será lançado nesta sexta-feira (30) para PlayStation 5, Xbox Series e PC, é o primeiro game de mundo aberto da franquia. 

Por isso o jogo, desenvolvido pelo estúdio sueco Massive Entertainment (pertencente à Ubisoft e autor de títulos como The Division), despertou muita expectativa nos últimos anos. Ele é um genuíno triple-A, de vasto orçamento e ambições idem: seu desenvolvimento envolveu 11 estúdios da Ubisoft, mobilizando ao todo 600 profissionais.  

E está à altura. Star Wars Outlaws entrega o que se esperava, e consegue até ir um pouco além do hype. Tem cinco mundos ultradetalhados, cheios de coisas para ver e fazer – mas não se torna, como é comum em games de mundo aberto, previsível ou burocrático nisso.

Com frequência, há mais de uma maneira de executar objetivos (você pode pagar propina, apelar para a violência ou tentar entrar escondido em algum lugar, por exemplo). E você também toma decisões, em momentos-chave da história, que influenciam o desenrolar dela – pode entregar ou reter certas informações, por exemplo. 

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Mas o mais interessante, e inovador, é o sistema de reputação. A galáxia é dominada por quatro organizações, além do Império: Crimson Dawn, Sindicato Pyke, Cartel Hutt e Clã Ashiga.

Menu do jogo Star Wars Outlaws.
(Ubisoft/Reprodução)

Ao fazer determinadas missões ou tomar certas decisões, a sua reputação melhora ou piora com algum dos quatro – ajudar um grupo geralmente prejudica o seu status com os outros. Então é preciso equilibrar as coisas, tentar não ficar mal com nenhum dos quatro – quando/se isso acontece, aquele grupo se torna hostil, atrapalhando a sua progressão no game.  

A protagonista do jogo é Kay Vess, uma caçadora de recompensas. Ela é acompanhada por Nix, um bichinho que você também controla – fazendo-o distrair inimigos ou passar por aberturas para acionar mecanismos, por exemplo.

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Os momentos de ação são bons, com armas variadas e combate bem calibrado, embora fácil (é recomendável aumentar um pouco o grau de dificuldade no menu de configurações do jogo). 

Cena do jogo Star Wars Outlaws.
(Ubisoft/Reprodução)

Mas a ênfase do jogo é em stealth, fazer as coisas tentando não ser visto. Star Wars Outlaws tem missões intrincadas, que chegam a durar quase uma hora e exigem precisão nessa furtividade – lembram, nesse aspecto, a série Hitman (mas sem sua rigidez punitiva). 

Os gráficos são excelentes, com cidades e planetas muito bonitos e cenários transbordando de detalhes. Isso tem um preço em termos de performance. Testei o jogo no PC, com uma placa de vídeo GeForce RTX 3080 Ti, bem potente – ela é capaz de executar 34,1 teraflops (trilhões de operações por segundo), o triplo do PlayStation 5. 

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Mas até essa placa, que costuma tirar de letra todos os jogos, sendo capaz de executá-los em 4K com todas as configurações gráficas no máximo, precisou dar um passinho atrás ao rodar Star Wars Outlaws: para conseguir 60 fps estáveis (na resolução 4K, com upscaling via DLSS), tive de ajustar as configurações para o nível Alto – abrindo mão do Ultra. 

E, mesmo assim, nos momentos em que a protagonista dirige um speeder (uma espécie de moto) e atravessa descampados, nos quais o campo de visão fica maior, a taxa de quadros às vezes caía um pouco, para 45 a 50 fps. 

Cena do jogo Star Wars Outlaws.
(Ubisoft/Reprodução)

A configuração recomendada pela Ubisoft para rodar o game inclui placa de vídeo RTX 3060 Ti (ou AMD RX 6700 XT), mas isso na resolução 1080p. Para 4K, mesmo usando o DLSS (ou o FSR, o algoritmo de upscaling da AMD), a placa recomendada é uma RTX 4080 (ou, na linha AMD, a RX 7900 XTX).

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Ou seja, é um jogo exigente em termos de hardware. Será interessante ver como ele roda nos consoles (especialmente no Xbox Series S, mais modesto).  

Durante os testes, algumas sombras de personagens piscaram ou cintilaram, tanto em cutscenes (os “filminhos” exibidos durante o jogo) quanto na ação em si. Isso ocorreu com DLSS ligado ou desligado, então não se trata de um efeito colateral do upscaling. Só acontece de vez em quando, e não é o fim do mundo, mas precisa ser corrigido – aparentemente, os desenvolvedores ainda estão trabalhando na iluminação do game. 

Star Wars Outlaws tem outro porém. A história demora para engrenar – nas primeiras horas, você tem a sensação de estar fazendo jobs meio aleatórios, sem um enredo maior amarrando tudo. Com o tempo, o jogo chega lá, e até que entrega isso; mas a quantidade de personagens, possibilidades e linhas narrativas sempre deixa um pouco de confusão no ar. 

Apesar disso, o universo de SWO é tão bonito e interessante, com missões tão bem construídas, que ok: você sempre está se divertindo, mesmo quando não sabe exatamente o que ou quais as consequências do que está fazendo. Uma bela estreia da franquia Star Wars nos games de mundo aberto – e ótima pedida para fãs do gênero. 

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Star Wars Outlaws será lançado dia 30, para PlayStation 5, Xbox Series e PC, por R$ 349. Também estará disponível, a partir de amanhã (27), no serviço Ubisoft+ Premium, que custa R$ 60 por mês.

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