Lagos se formam quando uma fonte de água subterrânea (aquífero) aflora na superfície. Esse fenômeno pode acontecer em qualquer bioma, mas só causa estranhamento quando ocorre em regiões áridas. É só aí que o lago ganha o nome de oásis.
Nesse caso, os aquíferos armazenam a água da chuva que cai nos arredores do deserto – digamos, uma cadeia de montanhas. O líquido penetra as rochas e se espalha no subterrâneo, “viajando” até regiões mais secas. Por isso é possível encontrar fontes de água doce mesmo que praticamente não chova na região.
Mas como os aquíferos veem a luz do dia? Eles podem aflorar naturalmente (quando há uma depressão no relevo, por exemplo) ou com intervenção humana. Caso a pressão da água não seja suficiente para “furar” a superfície, dá para cavar poços artesianos de modo que ela chegue lá, sem a necessidade de bombeá-la para cima.
Historicamente, os oases (plural de oásis) serviram de pontos de descanso e reabastecimento para comerciantes que cruzavam o deserto. Como os ventos da região podem poluir a água com areia, é comum criar uma barreira física plantando palmeiras ao redor do lago. Daí aquele cenário típico de desenho animado.
Os oases variam bastante em tamanho: podem ter apenas um lago e pouca vegetação ao redor ou até sustentar cidades. Diferente das dunas no entorno, o terreno do oásis é fértil e pode irrigar plantações de trigo, algodão e tâmara, por exemplo, além de permitir a criação de animais.
Esse é o caso de Al-Ahsa, na Arábia Saudita. Com 85 km² e 280 poços artesianos, ele é considerado o maior oásis do mundo. O aquífero abaixo dele abastece as cidades de Al-Hofuf e Al-Mubarraz, que estão entre as maiores do país. O oásis ainda fica próximo ao Campo Petrolífero Ghawar, um dos principais da Arábia Saudita.
E eles não são tão raros. Só no Oriente Médio e na África (o que inclui os do deserto do Saara), são mais de 700. Mas você não precisa cruzar o Atlântico para conhecer esse cenário: o mais próximo do Brasil fica no Deserto de Ica, no Peru. O oásis de Huacachina é um ponto turístico popular do país: ao redor do lago existe uma vila com hotéis, restaurantes e bares.
Fontes: LabOasis Foundation; National Geographic; Gerson Cardoso, do instituto de geociências da UFRJ.