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Por que os navios de guerra são cinza claro?

Por que é a camuflagem mais versátil: não é perfeita em quase nenhuma situação, mas é boa o suficiente para a maior parte delas.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 jan 2024, 09h54

Para um observador usando binóculos na praia, em um dia ensolarado, um navio azul da cor do céu talvez sumisse contra a cor do horizonte.

Mas a realidade da guerra é mais lúgubre: neblina, garoa, chuva e águas acinzentadas são mais comuns, e a cor também precisa ser discreta à noite.

Também há o problema de que aviões, submarinos e defesas litorâneas verão o navio contra fundos diferentes, e que o resultado final também varia conforme a posição do atacante em relação ao sol. Por fim, a manutenção tem que ser fácil: idealmente, toda a frota precisa ser da mesmíssima cor. 

Em um manual de 1953 – que já foi liberado por ser antigo –, a Marinha dos EUA explica exatamente quais cinzas são mais eficazes contra cada ameaça, em várias condições de luminosidade, e conclui que dois tons – chamados “cinza névoa” (haze gray) e “cinza oceano” (ocean gray) – são as alternativas mais versáteis. O haze gray é o tom usado até hoje. 

Essa cinza sem sal também é interessante porque reduz o contraste entre as partes do próprio navio (quando o objetivo é sumir, luz e sombra são tão importantes quanto cor: toda farda tem manchas pretas, porque há sombras entre as flores e galhos da floresta).

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Fotografia de navios no porto, por volta de 1918.
(Wikimedia Commons/Domínio Público)

Já existiram navios com esquemas de cor mais exóticos: na época em que os torpedos andavam em linha reta – e precisavam ser disparados na direção em que o alvo estaria no futuro  –, várias marinhas usaram formas geométricas pretas e brancas para quebrar os contornos do casco e impedir os adversários de calcular a trajetória e a velocidade da embarcação. Com o advento dos torpedos guiados, esse estilão op art caiu em desuso. 

Você pode ler mais sobre esse e outros tipos de camuflagem disruptiva na nossa matéria sobre a história da camuflagem, aqui no link.

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Fonte: documento “Ship Concealment Camouflage Instructions” (1953) da Marinha dos EUA.

Pergunta de saraivasony19, via e-mail.

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