Quem é gente boa tem mais chances de falir
Estudo acompanhou 3 milhões de pessoas e concluiu: ser agradável tem um custo financeiro
Você é uma daquelas pessoas de bem com a vida, cheio de amigos, que todo mundo adora? Pois bem, eu tenho uma má notícia. De acordo com um novo estudo realizado em parceria pela Universidade da Califórnia e a Columbia Business School, você é exatamente o tipo de gente que tem mais chance de falir ou, ao menos, ter uma vida financeira complicada.
A causa disso, segundo os pesquisadores, é que as pessoas mais amáveis não costumam enxergar o dinheiro como prioridade na vida. Sabe quando você resolve pagar a cerveja do seu colega que acabou de ser demitido? Ou quando topa, mesmo sem grana sobrando, ir no cinema pra animar sua amiga que terminou um namoro? É exatamente esse tipo de situação que faz aumentar suas chances de quebrar. “Pessoas agradáveis simplesmente ligam menos para o dinheiro e, consequentemente, possuem maior risco de administrá-lo mal”, afirma Sandra Matz, uma das autoras do estudo, em comunicado.
Para chegar à essa conclusão, os pesquisadores estudaram a vida financeira, e a personalidade, de 3 milhões de pessoas.
Os participantes passaram por uma versão online do teste BFI-44, que avalia 44 características de comportamento. Os dados foram cruzados, e Matz percebeu que havia uma relação entre afabilidade e pindaíba.
Esse comportamento não é passageiro, e pode ser identificado já na infância. Parte das pessoas entrevistadas foi analisada ao longo de 25 anos – e, em geral, manteve o comportamento simpático-porém-no-vermelho durante todo o processo.
O estudo também aplicou suas teses em um campo prático. Analisou duas áreas do Reino Unido com rendas per capita similares.
A cidade onde as pessoas eram mais afáveis, segundo o teste BFI-44, tinha 50% a mais de endividados.
Nem todo boa praça sofre com dinheiro. Mas, quanto menos ele tiver, maiores as chances de isso acontecer. “A relação é muito mais forte entre indivíduos de baixa renda, que não possuem meios financeiros de compensar o impacto causado por sua personalidade”, afirma. “Ser gentil e confiável tem um custo financeiro”, diz Matz.