Os dragões de Game of Thrones podem não ser dragões
Más notícias para Daenerys: alguns fãs da série defendem que, pela anatomia, as criaturas da série seriam, na verdade, outro tipo de monstro mitológico.
Rhaegal, Drogon e Viserion são três personagens fundamentais de Game of Thrones, mesmo sem ter nenhuma fala. Os dragões da Daenerys Targaryen são tão simbólicos para a série que a última cena da primeira temporada mostra justamente o nascimento dessas criaturas.
Os dragões são um dos motores da trama criada por George R.R. Martin. Vistos pela primeira em Essos, os cuspidores de fogo foram fundamentais para a conquista de Westeros por Aegon Targaryen, três séculos antes dos eventos mostrados na série.
Só tem um pequeno problema: talvez eles não sejam, de fato, dragões. Entre alguns fãs da saga, há quem afirme que os filhos de Daenerys, na verdade, deveriam ser classificados como wyverns (ou “serpes”, em português).
A hipótese existe desde 2016, mas ganhou força em dezembro do ano passado em uma publicação no fórum Reddit, no qual um usuário defendeu que dragões verdadeiros tem quatro patas e duas asas, enquanto os monstros da série possuem uma anatomia diferente: duas patas traseiras e duas asas (que também fazem as vezes de patas).
Dragões estão na nossa cultura há muito tempo. Registros indicam representações da lenda 40 mil anos atrás. Criaturas mágicas, eles vão muito além de apenas cuspir fogo (o que por si só já é grande coisa): são grandes, possuem escamas quase impenetráveis e, não raro, também sabem falar.
Já as serpes são criaturas mais humildes. Suas primeiras aparições datam dos tempos medievais, provavelmente inspiradas nos próprios dragões, e possuem um tamanho menor, além de ser bem mais raro encontrar histórias de wyverns soltando fogo pela boca.
Mas a principal diferença estabelecida na mitologia de ambas as criaturas é o número de patas. As serpes são monstros populares no folclore europeu, sobretudo no Reino Unido, onde, até hoje, aparecem em bandeiras, brasões, times esportivos – até no anime Cavaleiros do Zodíaco.
Há também uma outra aparência consagrada da serpe: duas patas dianteiras e uma longa cauda, parecida com a dos dragões orientais. Com essa representação, os wyverns estão em símbolos de reinos, como o de Wessex, e em brasões de famílias imperiais. Um exemplo? O da família Bragança. Sim, a dos monarcas brasileiros Pedro I e Pedro II.
Se seguirmos a lógica da anatomia, veremos que outros dragões da cultura pop, como os do game Skyrim, também se encaixam como serpes. Outro monstro que entraria nessa classificação é Smaug, o lendário dragão da Terra-Média de O Hobbit:
No fim das contas, é difícil classificar com exatidão criaturas que, ao longo da história, foram representadas de diversas maneiras. Há quem defenda, inclusive, que as serpes são apenas uma subcategoria dos dragões. Definições oficiais, só mesmo quando alguém encontrar um bicho parecido para estudar (o dragão-de-komodo, diga-se se passagem… tem 4 patas).